06/09/2023 às 19:16, atualizado em 06/09/2023 às 21:21

Unidades sentinelas de síndrome gripal recebem certificados de excelência

O reconhecimento da Secretaria de Saúde valoriza o monitoramento dos casos de síndrome gripal, o alerta precoce ao sistema de vigilância e a composição anual da vacina de influenza

Por Agência Brasília* | Edição: Saulo Moreno

As unidades sentinelas de síndrome gripal que atingiram os objetivos propostos no primeiro semestre de 2023 receberam, nesta quarta-feira (6), uma homenagem da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). A entrega dos certificados de reconhecimento foi realizada pela secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, e pelo subsecretário de Vigilância em Saúde, Divino Valero Martins, em evento ocorrido no prédio do órgão.

[Olho texto=”Talvez nós tivéssemos a magnitude da vigilância epidemiológica desse espaço, de tudo que a gente faz hoje e sempre fez. Mas a pandemia trouxe uma reflexão, um olhar diferente, não só no Distrito Federal, mas em todo o mundo”” assinatura=”Lucilene Florêncio, secretária de Saúde” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Quatro das nove unidades obtiveram o indicador “excelente” para o número de coletas semanais, que deve ser igual ou superior a 10: o Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), a UBS 01 de Santa Maria, a UBS 05 de Planaltina e a UBS 12 de Samambaia. As unidades sentinelas monitoram os casos de síndrome gripal por vírus respiratórios de importância em saúde pública em unidades selecionadas e servem como um alerta precoce ao sistema de vigilância, além de contribuir para a composição anual da vacina de influenza.

Lucilene Florêncio, destacou a relevância dos alertas emitidos pelas sentinelas, que dão dimensão de sazonalidade, epidemias e surtos pelos vírus respiratórios, auxiliando na organização da rede de assistência à saúde. “Talvez nós tivéssemos a magnitude da vigilância epidemiológica desse espaço, de tudo que a gente faz hoje e sempre fez. Mas a pandemia trouxe uma reflexão, um olhar diferente, não só no Distrito Federal, mas em todo o mundo”, afirmou.

A secretária ainda reforçou: “Temos lutado muito pela vacinação e pelo protagonismo do Distrito Federal no Brasil diante de tudo que nós vivemos.” Lucilene Florêncio também aproveitou a ocasião para anunciar que o HMIB começará, em breve, a fazer cirurgia de correção intrauterina fetal de espinha bífida (mielomeningocele) e que o Hospital Regional da Asa Norte (Hran) será habilitado para o serviço cirúrgico de lábio leporino e fenda palatina.

O Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), a UBS 01 de Santa Maria, a UBS 05 de Planaltina e a UBS 12 de Samambaia tiveram o indicador “excelente” para o número de coletas semanais, que deve ser igual ou superior a 10 | Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF

Uma das homenageadas, Joelma Batista Soares, gerente da UBS 1 de Santa Maria, falou sobre a importância das equipes sentinelas. “O fato de nós sermos sentinelas e estarmos aqui, sendo certificados, é muito gratificante porque vestimos a camisa. Esse é o grande segredo para que o trabalho seja desenvolvido, para que realmente a gente consiga buscar esses usuários e descobrir qual é a variante que está ali, naquele momento. Antes, a gente falava muito só da covid-19. Hoje, a gente tem mais de 60 variantes. Recentemente, nós descobrimos a éris (nova variante da covid). É essa a resposta que a gente tem do nosso trabalho”, observou.

O subsecretário de Vigilância em Saúde, Divino Valero Martins, reforçou a dinâmica do trabalho realizado a partir de dados, projeções e análises críticas. “Tentamos fazer prospecções sobre o que pode acontecer e de que forma podemos nos preparar. Esse é o desafio.”

[Olho texto=”“Estamos em um momento em que a covid não desapareceu. O vírus continua a circulação, daí a importância de se manter as coletas para a gente saber qual é o SARS CoV que está circulando, principalmente na metodologia genômica, para sabermos qual é a variante. O vírus SARS CoV-2 apresenta uma série de mutações, vai evoluindo e, em paralelo a isso, temos casos de vírus de outros países. Esses grupos sentinelas ficam de exemplo para instigar outras unidades federadas a fazerem algo semelhante”” assinatura=”Greice Ikeda do Carmo, coordenadora-geral de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Para ele, a visão sobre saúde pública mudou bastante nos últimos 10 anos e tem criado uma necessidade, cada vez maior, de ampliar a oferta e a qualidade dos serviços. “As doenças transmissíveis por causa respiratória e a tecnologia nos transportes fizeram com que o mundo globalizado dinamizasse qualquer processo de transmissão numa velocidade muito mais rápida do que qualquer capacidade de resposta que nós tenhamos. Por isso, a vigilância é fundamental, principalmente nesses períodos sazonais de seca e período de influenza. Se foi a época de dizer que tudo é gripe. Identificamos a nova variante da ômicron e fomos o segundo estado a detectar. Isso demonstra nossa sensibilidade e eficiência na rede. Buscar melhorar e ampliar a oferta de serviços, na qualidade daquilo que fazemos é um desafio permanente”, acrescentou.

A vigilância sentinela de síndrome gripal (SG) conta com uma rede de unidades sentinelas distribuídas em todas as unidades federadas e regiões geográficas do país. O objetivo é monitorar os casos de síndrome gripal por vírus respiratórios de importância em saúde pública em unidades de saúde selecionadas (unidades sentinelas) e para que sirvam como um alerta precoce ao sistema de vigilância, além de contribuir para a composição anual da vacina de influenza. Preconiza-se a coleta de amostras clínicas de nasofaringe, por semana epidemiológica, de casos de SG atendidos em cada unidade sentinela, para realização do diagnóstico (RT-PCR) e também de estudos complementares (isolamento, resistência, sequenciamento e outros) dos vírus identificados, como influenza, SARS-CoV-2 e vírus sincicial respiratório.

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Segundo a coordenadora-geral de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis do Ministério da Saúde, Greice Madeleine Ikeda do Carmo, o Distrito Federal é um exemplo em relação à vigilância das síndromes gripais e reiterou a necessidade da continuidade dos testes do tipo RT-PCR. “Estamos em um momento em que a covid não desapareceu. O vírus continua a circulação, daí a importância de se manter as coletas para a gente saber qual é o SARS CoV que está circulando, principalmente na metodologia genômica, para sabermos qual é a variante. O vírus SARS CoV-2 apresenta uma série de mutações, vai evoluindo e, em paralelo a isso, temos casos de vírus de outros países. Esses grupos sentinelas ficam de exemplo para instigar outras unidades federadas a fazerem algo semelhante”, enalteceu.

Além do RT-PCR, o Lacen-DF realiza ainda o painel viral ampliado (rinovírus, metapneumovírus, adenovírus e parainfluenza) das amostras coletadas nas unidades sentinelas, o que possibilita um melhor monitoramento dos vírus respiratórios circulantes causadores de síndrome gripal.

Atualmente há nove unidades sentinelas de síndrome gripal no Distrito Federal
– UBS 02 Asa Norte
– UBS 05 Planaltina
– UBS 12 Samambaia
– UBS 01 Santa Maria
– UBS 01 Paranoá (substituída pela UBS 01 de São Sebastião)
– Hospital Brasília Lago Sul
– Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB)
– UPA Núcleo Bandeirante
– UPA Ceilândia

*Com informações da SES-DF