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19/09/2023 às 16:35
Um dos mais complexos sistemas de saúde pública do mundo já realizou mais de 70 mil cirurgias no DF este ano; na área da imunização, cerca de 2,6 milhões de vacinas foram aplicadas este ano
Nesta terça-feira, 19 de setembro, o Sistema Único de Saúde (SUS) faz aniversário. Há 33 anos, a Lei nº 8.080 de 1990 regulamentou a saúde pública, igualitária e universal para todos os brasileiros. Trata-se de um dos maiores e mais complexos sistemas de saúde pública do mundo.
O SUS atende a uma população nacional com mais de 200 milhões de habitantes, oferecendo não apenas cuidados assistenciais (médico-hospitalar), mas também serviços de prevenção e de promoção da saúde, desde a gestação e por toda a vida.
“Todos esses anos de serviços do SUS representam um marco na história da saúde pública brasileira. Este sistema complexo e abrangente tem sido um pilar fundamental na promoção da igualdade e na melhoria da qualidade de vida”, reforça o secretário-adjunto de Assistência à Saúde, Luciano Agrizzi.
Para que o cidadão tenha acesso a toda essa assistência, a Atenção Primária à Saúde (APS) – unidades básicas de saúde (UBSs) – é a porta de entrada. No DF, é realizada anualmente uma média de 2,5 milhões de atendimentos individuais nesse nível de atenção, segundo dados do InfoSaúde. São, ao todo, 175 UBSs distribuídas entre as sete regiões de saúde. Apenas em Planaltina, por exemplo, funcionam 21 postos.
A APS também é a principal responsável pela oferta de imunizantes. Apenas neste ano, cerca de 2,6 milhões de vacinas foram aplicadas em oito meses e meio, sendo 38.600 em ações realizadas em 232 escolas, e 64.350 em outras atividades externas, como em feiras, parques, shoppings e por meio do Carro da Vacina. Foram 750 mil doses contra a covid-19, 895 mil contra a dengue e 940 mil da denominada vacinação de rotina, como é chamada a imunização por faixa etária prevista pelo calendário anual, hoje com 20 tipos diferentes de imunizantes previstos.
Em uma grande força-tarefa para ampliar a cobertura vacinal, realizada em 26 de agosto, quase 9 mil crianças e adolescentes menores de 15 anos marcaram presença nos 99 pontos disponibilizados pela Secretaria de Saúde (SES-DF).
A administradora Daiane, seu marido Marcelo e o filho do casal, Andraus Otoni, 10 anos, foram uma das primeiras famílias a chegarem na UBS 1 da Asa Norte no Dia D. “Tem de ser a nossa primeira responsabilidade, a nossa primeira agenda do dia. É o que podemos fazer por nós e pelos nossos filhos”, afirmou a mãe. Ela aproveitou a oportunidade para se imunizar contra a covid-19. Já a criança tomou a segunda dose em combate ao HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano). “Acordei cedinho para vir vacinar porque acho importante ficar protegido”, ressaltou Andraus.
Urgência e emergência
A atenção especializada (secundária e terciária) é dividida em dois segmentos: média e alta complexidade (ambulatorial e especializada hospitalar), respectivamente. Integram a média complexidade, por exemplo, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs 24h), as Policlínicas e os Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Anualmente, são realizados no DF quase 5,5 milhões de procedimentos nesse nível de atenção, de acordo com os números do Sistema de Informação Ambulatorial (SIA) do Ministério da Saúde (MS). A maioria, cerca de 61%, possui finalidade diagnóstica.
Os casos não resolvidos nesse segmento têm a garantia de continuidade do tratamento com internação e intervenção médico-hospitalar mais complexa, por meio de regulação do acesso assistencial. Em 2023, até o mês de julho, mais de 70 mil cirurgias foram realizadas – 33.688 em âmbito ambulatorial, informados no SIA; e 40.802 na internação, segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH).
Marluce Pereira Gonçalves, de 58 anos, precisou passar por um procedimento de remoção do útero. “Do primeiro atendimento que tive na UBS até realizar a cirurgia aqui no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) foram menos de dois meses. Fui chamada muito rápido”, celebra, ao perceber que poderia fazer o procedimento gratuito mais cedo do que esperava.
A paciente é uma das beneficiadas pela força operacional promovida pelo HRC em julho deste ano na redução da lista de espera por cirurgias eletivas – intervenções programadas, não consideradas de urgência. Na ocasião, a medida ampliou em 20% o número de procedimentos em comparação com o mesmo período do ano anterior. Além da satisfação com a rapidez, Marluce faz questão de destacar a qualidade do atendimento. “Fui muito bem-acolhida na época, desde as primeiras consultas, nos exames, na cirurgia e na minha recuperação”, relata.
Gestão compartilhada
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A gestão do SUS é dividida entre os três entes da Federação: a União, os estados e os municípios. A rede é ampla e engloba atenção primária, média e de alta complexidades, serviços de urgência e emergência, atenção hospitalar, ações e serviços das vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental, além da assistência farmacêutica.
A SES-DF possui mais de 30 mil servidores atuando diretamente para o funcionamento dos três níveis de atenção à saúde em uma área de quase 5.800 km² e mais de três milhões de habitantes.
Para cobrir toda essa extensão e o número de habitantes em crescimento constante, os serviços são distribuídos em unidades de assistência presentes em sete Regiões de Saúde: Centro-Sul (Guará I e II, Estrutural/SCIA, Candangolândia, Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo I e II, e Parkway); Central (Asa Sul, Asa Norte, Varjão, Lago Norte, Lago Sul, Cruzeiro, Sudoeste e Octogonal); Norte (Planaltina, Sobradinho e Sobradinho II, e Fercal); Sul (Gama e Santa Maria); Oeste (Ceilândia, Brazlândia, Sol Nascente e Pôr do Sol); Leste (Paranoá, Itapoã, Jardim Botânico e São Sebastião); e Sudoeste (Taguatinga, Samambaia, Vicente Pires, Águas Claras e Recanto das Emas).
*Com informações da SES-DF