03/11/2023 às 13:31, atualizado em 03/11/2023 às 14:40

Estudo do Distrito Federal otimiza reaproveitamento sustentável de entulhos

Levantamento de gravimetria dos resíduos realizado em parceria entre SLU e Adasa permite identificar conteúdo descartado e planejar descarte

Por Victor Fuzeira, da Agência Brasília | Edição: Igor Silveira

O Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU-DF) e a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa) estão analisando e mapeando as milhares de toneladas diárias de entulhos descarregados na Unidade de Recebimento de Entulhos (URE), na Estrutural.

A iniciativa faz parte de estudo conduzido pelos órgãos, entre 21 e 27 de outubro, que permitirá traçar estratégias para otimizar o gerenciamento e a destinação adequada dos restos de construção civil.

Estudo conduzido por SLU e Adasa vai subsidiar o GDF na elaboração de políticas públicas voltadas para o melhor reaproveitamento de materiais descartados | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília

No período, os servidores do SLU e da Adasa realizaram a gravimetria de 186 cargas da URE, totalizando mil toneladas de resíduos analisados. A prática consiste em obter, por meio da triagem do conteúdo descartado, informações sobre a composição, qualidade e quantidade destes materiais.

Agora, os dados coletados estão em fase de análise pelos técnicos responsáveis. O objetivo é utilizar o estudo como subsídio ao Governo do Distrito Federal (GDF) na elaboração de políticas públicas voltadas para o melhor reaproveitamento dos materiais descartados.

“A partir desse resultado, vamos poder obter uma caracterização mais detalhada dos tipos de resíduos que entram na URE. É um estudo que nos permite uma análise mais precisa das alternativas para melhor aproveitamento do material descartado”, explica Élen Dânia dos Santos, superintendente de Resíduos Sólidos da Adasa.

Reaproveitamento

“Aqui, o entulho é transformado em material agregado, como a brita, que, por sua vez, pode ser utilizada na pavimentação de ruas não asfaltadas”, diz Felipe Leite Nisiyama, responsável pelo núcleo de fiscalização da URE

Responsável pelo núcleo de fiscalização da URE, Felipe Leite Nisiyama afirma que, atualmente, das cinco mil toneladas diárias recebidas pela unidade, apenas 30% do total consegue ser reaproveitado na confecção do chamado resíduo de construção civil, o RCC.

“Essa baixa taxa de reaproveitamento decorre do fato de a maioria das cargas que chegam aqui estar muito misturada, com grande quantidade de materiais recicláveis que não deveria vir para cá. Há, hoje, uma baixa conscientização da população sobre o descarte adequado do entulho”, detalha.

Nisiyama destaca que o RCC produzido na unidade é responsável por abastecer todas as regiões administrativas. “Aqui, o entulho é transformado em material agregado, como a brita, que, por sua vez, pode ser utilizada na pavimentação de ruas não asfaltadas”, exemplifica.

Descarte adequado

O SLU não recolhe entulho de obras privadas. Esta é uma responsabilidade exclusiva do gerador dos resíduos, que deve procurar uma empresa especializada e credenciada pelo órgão para realizar o descarte adequado dos materiais. Quem descarta restos de construção civil em áreas públicas e terrenos baldios está sujeito à aplicação de multa.

Só é dispensada a contratação de empresa credenciada quando o entulho resultante da obra realizada foi inferior a 1 m³ por dia. Respeitado o limite, o descarte pode ser feito em uma das 23 unidades de papa-entulho espalhadas pela capital federal. O mapa com endereços dos equipamentos públicos pode ser consultado neste site.

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