18/11/2023 às 14:10, atualizado em 18/11/2023 às 14:26

Estudantes de Ceilândia celebram o Dia da Consciência Negra com festival

Os jovens do CEM 02 encerraram a semana de conscientização com apresentações teatrais e musicais no auditório da escola

Por Josiane Borges, da Agência Brasília | Edição: Igor Silveira

Na rede pública de educação do Distrito Federal a educação antirracista se faz presente na vivência dos estudantes durante o ano todo. Para celebrar o Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, as atividades se intensificam. Neste sábado (18), o Centro de Ensino Médio 2 (CEM 02) de Ceilândia encerrou a semana de conscientização com um festival de apresentações dos estudantes sobre o racismo.

“Foram desenvolvidos trabalhos abordando temas como o racismo estrutural, a importância do negro na mídia, as questões relacionadas às cotas e ao racismo recreativo que, muitas vezes visto como brincadeiras inofensivas, pode, no entanto, ferir uma pessoa”, relata o supervisor pedagógico, Luiz Jesus.

Eliel de Aquino, diretor do CEM 02, destaca que o debate sobre a promoção de uma educação antirracista na escola já é uma tradição anual e, geralmente, desperta grande interesse entre os estudantes. “É um momento em que os alunos participam muito e trazemos para o debate a história dos negros e negras, e hoje eles participam com orgulho da semana. O ambiente na escola melhorou bastante, os alunos sentem que têm lugar de fala com bastante respeito”, enfatiza. A escola atende aproximadamente 2 mil alunos, do 1º ao 3º ano do ensino médio, nos turnos matutino e vespertino.

Neste sábado (18), o Centro de Ensino Médio 2 (CEM 02) de Ceilândia encerrou a semana de conscientização com um festival de apresentações dos estudantes sobre o racismo | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília

A aluna do 1º ano, Sophia Emanuelly Martins, 15 anos, fez uma apresentação sobre o racismo estrutural e institucional, e levou para os colegas como o tema afeta a vida das pessoas. “Falamos como surgiu e como faz parte da vida das pessoas pretas. Para mim, foi muito forte, porque, desde criança, vejo como o racismo afeta a minha vida, a da minha mãe e a da minha avó. É muito importante a escola discutir esse tema entre os jovens”, acredita.

Já para a Ana Flávia Dias, 17 anos, estudante do 2º ano, as discussões sobre o racismo precisam estar em todos os lugares. “É importante não só porque estamos em uma escola pública. São pautas que devem ser levadas para as famílias, para a universidade e congressos, em todos os espaços. Quando falamos sobre racismo as pessoas acham que não existe mais, mas ele persiste, é estrutural e precisamos falar sobre isso”, completa.

A estudante Sophia Emanuelly Martins: Desde criança, vejo como o racismo afeta a minha vida, a da minha mãe e a da minha avó. É muito importante a escola discutir esse tema entre os jovens”

Representatividade

O Dia da Consciência Negra é celebrado em homenagem ao quilombola Zumbi dos Palmares, que foi morto em 20 de novembro de 1695 e foi um dos principais representantes da resistência negra, e tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre a contribuição da cultura negra e a luta contra o racismo. Em 10 de novembro de 2011, a data foi oficializada como Dia Nacional de Zumbi e Dia da Consciência Negra pela lei 12.519.

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