04/12/2023 às 19:34, atualizado em 05/12/2023 às 10:17

Hospital Regional da Asa Norte completa 39 anos e ganha homenagem da CLDF

Sessão solene na Câmara Legislativa nesta segunda-feira (4) destacou Hran como referência em unidades de Queimados, Fissurados, Transplante de Pele, entre outros

Por Agência Brasília* | Edição: Saulo Moreno

Nesta segunda-feira (4), o Hospital Regional da Asa Norte (Hran) completou 39 anos de existência. Para celebrar a data, foi realizada uma sessão solene na própria unidade, promovida pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Houve apresentação musical, bolo e entrega de moção de louvor a servidores.

Secretário-adjunto de Assistência à Saúde, Luciano Agrizzi, lembrou que o Hran desempenha papel de hospital escola e contribui na formação de vários profissionais | Fotos: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

Representando a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, o secretário-adjunto de Assistência à Saúde, Luciano Agrizzi, destacou que o momento é especial para reconhecer não apenas a passagem do tempo, mas também a missão do hospital em servir a comunidade. “Ao longo dessas quatro décadas, o Hran se estabeleceu como um farol de esperança, oferecendo cuidados excepcionais em diversas especialidades médicas. De queimaduras à cirurgia bariátrica, de pediatria à geriatria. Cada serviço reflete a busca incessante por proporcionar o melhor atendimento aos pacientes”, afirmou durante o evento proposto pelo deputado distrital Jorge Viana (PSD).

A unidade conta atualmente com 81 leitos de pronto-socorro nas áreas de cirurgia geral, cirurgia plástica, clínica médica, odontologia, ginecologia e obstetrícia, oftalmologia, pediatria, queimado; e 286 para internações em outras especialidades. Além de focar no cuidado e na cura, o Hran possui ainda função de Hospital de Ensino, credenciado pelos ministérios da Educação (ME) e da Saúde (MS). O Ambulatório de Mola, por exemplo, é referência em formação de futuros profissionais de medicina e de residentes que desejam aprender técnicas de tratamento à chamada “mola hidatiforme” ou “gestação molar” – doença com causas ainda desconhecidas, que ocorre quando há fecundação anormal do óvulo.

Vânia Costa: Paciente é acompanhada desde 2019 pela equipe da Unidade de Queimados do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), após sofrer um acidente doméstico e queimar 18% de seu corpo

“O Hran é uma instituição de grande complexidade de serviços e que possui atuação exemplar de seus profissionais, com ampla atenção assistencial à população do DF. Merece todas as homenagens”, enfatizou Viana.

Modelo de assistência

Da urgência à reabilitação, o Hran é referência em diversos serviços, especialmente no atendimento a vítimas de queimaduras. A Unidade de Queimados recebe, por ano, cerca de 3 mil pacientes, cuja média de internação é de 10% (cerca de 300 casos anuais). As pessoas atendidas recebem cuidados de uma equipe multidisciplinar, mesmo após a alta hospitalar.

É o caso de Vânia Costa, 56, que sofreu um acidente doméstico em 2019 e teve 18% do corpo queimado. “Sempre fui muito bem atendida aqui, a equipe é excelente. Faço fisioterapia e sou acompanhada pelo menos a cada seis meses com dermatologista. Todos aqui trabalham com muito amor e carinho”, avaliou.

Submetida à cirurgia bariátrica em 2022 no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), Tatiany Alves continua a ser acompanhada por equipe multidisciplinar da unidade

No início deste ano, seis médicos do Hran receberam do MS a autorização para fazer transplantes de pele. O procedimento já era realizado, mas por meio de concessões emergenciais. Com a anuência, a equipe da Secretaria de Saúde (SES-DF) pode agora solicitar diretamente aos bancos de pele e, de forma inédita, coletar pele de doadores de tecidos – assim como ocorre com coração, rins e córnea, por exemplo.

Dentre os serviços que são referência no Hran está também o Ambulatório de Cirurgia Bariátrica. Paciente da unidade, Tatiany Morais, 49, é acompanhada por equipe multidisciplinar desde antes de seu procedimento cirúrgico, em outubro de 2022. “Consegui emagrecer 67 quilos e sigo tendo consultas regularmente com toda a equipe, incluindo nutricionista, cirurgiã e dermatologista. São todos maravilhosos, me atendem superbem, com humanização. Estou muito feliz com os meus resultados”, avaliou.

[Olho texto=”“Os trabalhadores do hospital mostraram sua dedicação e seu amor pela profissão. Éramos, na época, linha de frente da atenção e do cuidado ao paciente com covid-19. Vivemos momentos inimagináveis e desafiadores. Agradeço a todos pela garra”” assinatura=”Paulo Roberto da Silva Júnior, superintendente da Região de Saúde Central” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Já o Serviço Multidisciplinar de Atendimento aos Fissurados do Hran, há 20 anos no DF, é modelo não apenas na capital, mas em toda a região Centro-Oeste. O ambulatório possui equipe interdisciplinar de 17 profissionais, como cirurgiões plásticos, cirurgiões dentistas e fonoaudiólogos, psicólogos, médicos pediatras, otorrinolaringologistas, nutricionistas, dentistas, enfermeiros e técnicos em enfermagem. As fissuras labiopalatinas são as malformações congênitas mais comuns entre as que ocorrem na cabeça e no pescoço. Estima-se que, no mundo, ocorra um caso de fissura a cada 700 nascimentos.

Outro destaque no hospital é o Centro de Referência Interdisciplinar em Síndrome de Down (CrisDown), que comemorou uma década de funcionamento em abril deste ano. Modelo nacional no tratamento de pessoas com a síndrome, a unidade traz em sua trajetória o acolhimento a cerca de 2.100 famílias.

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Para o público masculino, a referência é o Ambulatório de Andrologia e Saúde do Homem. O local atende pacientes de todo o DF, encaminhados via Complexo Regulador. Mensalmente, é  realizada uma média de 140 consultas.

Único hospital a trabalhar com intervenções do tipo, o Hran é também modelo em cirurgia de catarata e glaucoma congênitos em crianças e adolescentes. Um dos ambulatórios de oftalmologia da unidade é exclusivo ao atendimento de pacientes de até 15 anos.

Covid-19

No período da pandemia, o hospital foi a referência no atendimento a casos de coronavírus dentro da capital. Um reflexo da atuação dos profissionais, segundo o superintendente da Região de Saúde Central, Paulo Roberto da Silva Júnior, presente na solenidade de comemoração. “Os trabalhadores do hospital mostraram sua dedicação e seu amor pela profissão. Éramos, na época, linha de frente da atenção e do cuidado ao paciente com covid-19. Vivemos momentos inimagináveis e desafiadores. Agradeço a todos pela garra.”

*Com informações da SES-DF