01/01/2024 às 14:14, atualizado em 02/01/2024 às 14:16

Investimentos na Região Centro-Sul reforçam assistência à população

Um hospital ortopédico, duas UPAs e nova UBS estão entre as construções previstas para 2024

Por Agência Brasília* | Edição: Vinicius Nader

Para melhorar o atendimento a uma população de quase 400 mil habitantes (dados do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal), a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) tem investido em reformas dos equipamentos já existentes e em construções de novas unidades na Região Centro-Sul de Saúde. A área abrange Candangolândia, Estrutural, Guará, Park Way, Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo, Riacho Fundo II, Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) e Setor Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA).

A novidade mais robusta é o Hospital Clínico Ortopédico do Guará, que terá cerca de 160 leitos, sendo 90 de ortopedia, 50 de clínica médica de retaguarda e 20 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulta. No projeto, estão ainda centro cirúrgico com seis salas, laboratório de apoio, diagnóstico por imagem e ambulatório. O valor da obra está estimado em R$ 204 milhões.

O Hospital Clínico Ortopédico do Guará terá cerca de 160 leitos, sendo 90 de ortopedia, 50 de clínica médica de retaguarda e 20 de UTI adulta | Arte: Divulgação/Novacap

Com perfil de assistência em ortopedia, a SES-DF ofertará, na unidade, atendimentos nas áreas de coluna, ombro, braço, cotovelo, mão, quadril, perna, joelho, pé, tornozelo, alongamento e reconstrução óssea. As obras serão executadas pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). “A população ganhará um hospital de referência, vocacionado a um setor que é muito demandado”, destaca a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio.

Está prevista, ainda, a construção de uma nova unidade básica de saúde (UBS) na Estrutural, com um investimento previsto de R$ 12,3 milhões. Hoje, são 18 UBSs, distribuídas nessas localidades.

Arte: Divulgação/Secretaria de Saúde

A Região Centro-Sul também vai receber duas novas unidades de pronto atendimento (UPAs): uma na Estrutural e outra no Guará. Somadas a essas, a atual gestão deve atingir a marca de nove UPAs construídas em quatro anos. Juntas, as unidades vão somar aproximadamente 40,5 mil atendimentos mensais.

A UPA do Núcleo Bandeirante é uma das seis em funcionamento no DF com atendimento 24h. As demais estão instaladas em Ceilândia, Recanto das Emas, Samambaia, São Sebastião e Sobradinho.

Melhorias na infraestrutura

Em 2023, o governo do DF, por meio da SES-DF, investiu mais de R$ 4 milhões em reformas de unidades de saúde na área. “Neste ano de 2024, esperamos receber um aporte ainda maior”, avalia o superintendente da Região de Saúde Centro-Sul, Ronan Garcia. Atualmente, explica ele, há oito processos de melhorias: a cozinha e a pediatria do Hospital do Guará (HRGu) e a cozinha e o arquivo do Instituto de Saúde Mental (ISM), além das UBSs 2 e 3 do Guará, UBS 1 do Núcleo Bandeirante, UBS 1 do Riacho Fundo e UBS 2 da Estrutural.

[Olho texto=”“A população ganhará um hospital de referência, vocacionado a um setor que é muito demandado”” assinatura=”Lucilene Florêncio, secretária de Saúde” esquerda_direita_centro=”direita”]

A reforma no HRGu é um dos destaques, uma vez que a unidade é referência em atendimento de clínica médica e pediátrica, sobressaindo-se pela linha materno-infantil robusta e pelo serviço de pronto-socorro em pediatria. As melhorias que já ocorrem na cozinha da unidade vão levar conforto aos servidores e mais segurança na manipulação dos alimentos oferecidos aos pacientes.

As intervenções na ala pediátrica começam na segunda etapa. ”O projeto inclui a criação de novos consultórios pediátricos, com um ambiente mais adequado ao atendimento, bem como uma sala vermelha pediátrica mais estruturada. Além disso, será disponibilizado um banheiro exclusivo para as crianças”, detalha a diretora do HRGu, Roshini Babulal.

Ela avalia que as alterações também terão impacto positivo no próprio tratamento dos pacientes. “Teremos um local mais acolhedor e adequado ao público infantil e às suas famílias. A brinquedoteca, por exemplo, além de ser um espaço para fisioterapia motora e respiratória, será lúdica. Isso pode refletir no tempo de recuperação dos pacientes”, explica.

Atendimento integrado

Com três stents, Raimundo Rodrigues Sobrinho realiza acompanhamento no Centro Especializado em Diabetes, Hipertensão e Insuficiência Cardíaca há três anos | Foto: Jhonatan Cantarelle/ Agência Saúde-DF

Para integrar os atendimentos e o serviço nas UBSs, o superintendente da Região Centro-Sul destaca que há um esforço no matriciamento realizado nas atenções Primária e Secundária. Estima-se que entre 70% e 85% dos problemas de saúde são resolvidos na Atenção Básica. “Por isso, o trabalho das equipes de Saúde da Família [nas UBSs] é fundamental para ampliar as possibilidades de cuidados ofertados à população”, exemplifica Garcia.

Um exemplo bem-sucedido é o atendimento integrado que ocorre no Centro Especializado em Diabetes, Hipertensão e Insuficiência Cardíaca (Cedhic). “Como forma de otimizar a consulta, o paciente recebe assistência de todas as especialidades em uma única ida à unidade”, pontua o superintendente. “No local, o usuário é atendido por uma equipe integrada, composta por cardiologista, endocrinologista, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo, assistente social, enfermeiro e técnico de enfermagem”.

Além de melhorar a qualidade de vida das pessoas, o Cedhic foca a redução de internações e, consequentemente, o número de óbitos por complicações causadas por diabetes, hipertensão e insuficiência cardíaca.

Saúde mental

[Olho texto=”“O trabalho das equipes de Saúde da Família é fundamental para ampliar as possibilidades de cuidados ofertados à população”” assinatura=”Ronan Garcia, superintendente da Região de Saúde Centro-Sul” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

A Região de Saúde Centro-Sul também é conhecida por desenvolver um trabalho de excelência em saúde mental e por sediar o ISM. O espaço foi o primeiro serviço de saúde mental no atual modelo de assistência psiquiátrica brasileira, baseado na lei nº 10.216/2001.

Localizado no Riacho Fundo, o instituto conta com três grandes serviços: ambulatório, Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e casa de passagem. Por lá, há aulas de yoga, terapia corporal, banhos de floresta, oficinas de trabalhos manuais, capoterapia, grupos de convivência, aulas de bordado, dança e grupos de ansiedade, entre outros.

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Para beneficiar pacientes, familiares e profissionais da Saúde, uma iniciativa conjunta das secretarias de Saúde e de Transporte e Mobilidade (Semob) criou linha de ônibus que liga o Riacho Fundo II ao ISM. “Com essa conquista, queremos aprimorar a adesão ao tratamento e a assiduidade nas consultas”, aponta Garcia.

*Com informações da Secretaria de Saúde