19/02/2024 às 16:56

Técnica de ofuroterapia acalma bebês no Hospital Regional de Santa Maria

Banho terapêutico tem poder de amenizar cólicas e deixar os recém-nascidos mais tranquilos

Por Agência Brasília* | Edição: Vinicius Nader

Um banho quentinho é capaz de relaxar qualquer pessoa e levar diversos benefícios para a hora do sono. Em bebês, principalmente os recém-nascidos, a técnica do banho de ofurô ou ofuroterapia pode fazê-los se acalmar tanto que eles chegam a dormir dentro da água. Isso ocorre porque o pequeno espaço e a água quente simulam o útero e tranquilizam o recém-nascido, fazendo com que ele tenha sensações semelhantes às experimentadas dentro da barriga da mãe.

Na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais (Ucin) do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), a ofuroterapia é realizada com todos os bebês internados. A água é sempre na temperatura de morna para quente. Se o bebê utilizar oxigênio, a duração do banho é de cinco minutos; se não tiver, pode variar de dez a 15 minutos.

Na técnica da ofuroterapia, o pequeno espaço e água quente simulam o útero e tranquilizam o recém-nascido | Fotos: Jurana Lopes/ IgesDF

“Os recém-nascidos, principalmente os prematuros, não estão acostumados com tantos estímulos que recebem aqui fora. Por isso, priorizamos dar o banho nos bebês da Ucin, pois já são um pouco maiores e geralmente receberam muitos estímulos dolorosos no período em que estiveram na UTI neonatal. Com isso, são mais sensíveis e agitados”, explica o terapeuta ocupacional da unidade, Assis Rodrigues.

O banho de ofurô na Ucin é realizado com bebês de mais de 1,4 kg e que costumam ter cólicas ou desconforto abdominal. Também é indicado para os recém-nascidos que não conseguem se adaptar ao barulho, luz e toques devido às intervenções pelas quais passaram durante a internação.

O pequeno Andrew Gael Lima ficou mais calmo depois dos banhos terapêuticos

Esse é o caso do pequeno Andrew Gael Lima, de um mês e meio de vida. Ele nasceu prematuro e teve que ficar na Ucin durante um mês. Poliane Lima, 33 anos, mãe dele, conta que o período de internação foi difícil para o bebê, pois, além de ficar entubado, ele recebia muitos estímulos dolorosos.

“Ele é um bebê muito nervoso e agitado, se irrita fácil e agora já sente cólicas. Percebi que, com esse banho de ofurô, ele ficou extremamente relaxado e calmo, adorou. Foi tão bom que até adormeceu. Com certeza vou adotar essa prática em casa, porque vai deixar ele mais calmo”, avalia a mãe.

Exterogestação

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A prática da ofuroterapia é trabalhada pelos profissionais da terapia ocupacional da Ucin do HRSM com o intuito de estimular hábitos da exterogestação – termo utilizado para descrever o período gestacional fora do útero, ou seja, após o parto.

Nessa fase, os pais/equipes que prestam assistência ao recém-nascido devem tentar recriar o ambiente uterino fora do corpo da mulher para aumentar o conforto do bebê e tornar possível que o desenvolvimento dele continue ocorrendo de forma apropriada.

*Com informações do IgesDF

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