04/04/2024 às 14:09

Centro Educacional da Audição e Linguagem completa 50 anos

Instituição conveniada à Secretaria de Saúde do DF promove reabilitação auditiva e intelectual em crianças; a entidade filantrópica atende 420 meninos e meninas

Por Agência Brasília* | Edição: Carolina Caraballo

Usuários, gestores e autoridades se reuniram, na quarta-feira (3), para comemorar os 50 anos do Centro Educacional da Audição e Linguagem Ludovico Pavoni (Ceal-LP). Localizado na Asa Norte, o centro é conveniado à Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) para prestação de serviços de reabilitação auditiva e intelectual.

O Ceal-LP atende, atualmente, 420 crianças com fonoterapia, psicologia, terapia ocupacional e fisioterapia, entre outros serviços | Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde-DF

Durante o evento, foi inaugurado o novo espaço para terapias de psicomotricidade, que também conta com um ambiente para apresentações musicais e de teatro. “A reforma vai trazer para as crianças um novo momento, um estímulo a mais e é isso que a gente busca aqui no Ceal”, destaca a coordenadora de saúde do centro, Cristiane Farhat.

“A assistência é de alta complexidade, oferece diagnóstico, seleção e adaptação do aparelho auditivo, reabilitação auditiva e terapia para reabilitação intelectual”

Ocânia da Costa, referência técnica distrital (RTD) de fonoaudiologia

A instituição é filantrópica, sem fins lucrativos, e acolhe atualmente 420 crianças. Nela, são oferecidas fonoterapia, psicologia, terapia ocupacional, fisioterapia, reforço pedagógico, neuropediatria, psiquiatria infantil, otorrinolaringologia e assistência social.

“O centro tem grande importância no atendimento assistencial às pessoas com deficiência auditiva e com transtorno do espectro autista (TEA). A assistência é de alta complexidade, oferece diagnóstico, seleção e adaptação do aparelho auditivo, reabilitação auditiva e terapia para reabilitação intelectual. A assistência é completa”, explica a referência técnica distrital (RTD) de fonoaudiologia da SES-DF, Ocânia da Costa.

O acesso aos serviços é feito por meio do sistema de regulação, após encaminhamento dado pelas equipes das unidades básicas de saúde (UBSs). Assim que uma nova criança chega, ela passa por uma triagem, na qual é avaliado o nível de suporte que ela precisa. “Cada caso é um caso e cada criança tem uma necessidade, uma demanda. A partir disso, tendo vaga, começamos o processo de reabilitação aqui dentro”, comenta a coordenadora.

“Faz toda diferença em relação ao desenvolvimento da minha filha, principalmente na parte cognitiva e da fala”

Tatiane Martins, mãe de Isabela, 7 anos

O acolhimento pode ser feito a qualquer tempo, apesar de que o aconselhado é que seja feito o mais cedo possível. “A prioridade sempre vai ser o mais precoce, por conta da janela de oportunidades neuronais. É você conseguir fazer o diagnóstico mais precoce e iniciar a intervenção o mais rápido possível”, completa Cristiane Farhat.

Desenvolvimento infantil

Foi o caso de Tatiane Martins e sua filha Isabela, de 7 anos. A menina foi diagnosticada com surdez severa ainda bebê e, há seis anos, frequenta o Ceal. “Faz toda diferença em relação ao desenvolvimento da minha filha, principalmente na parte cognitiva e da fala. Hoje ela já sabe escrever e ler. É um grau de importância nas nossas vidas que a gente não tem nem palavras para agradecer”, relata Tatiane.

Isabela, de 7 anos, foi diagnosticada com surdez severa ainda bebê e frequenta o Ceal há seis anos; a mãe, Tatiane Martins, elogia a instituição: “A gente não tem nem palavras para agradecer” | Foto: Berllany Mourão/Agência Saúde-DF

Outras famílias também estiveram presentes e compartilharam depoimentos sobre o impacto do centro no desenvolvimento dos filhos. “O mais importante é que a gente não faz um trabalho individual com essas crianças, as famílias estão presentes o tempo todo. Você não consegue evoluir, se você não tiver a família envolvida”, explica a coordenadora do Ceal.

A alta das crianças acontece quando os objetivos terapêuticos são alcançados, tais como independência nas atividades diárias, expressão e interação social pela comunicação ou pela fala. Outro marco importante é quando os pais alcançam domínio no conhecimento e no manejo dos desafios do TEA.

“Nesse momento, as crianças são encaminhadas para os demais serviços habilitados e para a atenção primária à saúde, nas UBS, para monitoramento das funções e competências adquiridas”, afirma a especialista da SES-DF.

Sobre o Ceal

O Centro Educacional da Audição e Linguagem Ludovico Pavoni é um estabelecimento de saúde filantrópico, habilitado pelo Ministério da Saúde (MS) como Centro Especializado em Reabilitação II – Modalidade Auditiva e Intelectual.

O vínculo de convênio estabelecido com o Governo do Distrito Federal (GDF), por intermédio da SES-DF, tem por objetivo garantir assistência à saúde aos usuários com deficiência auditiva, intelectual e com transtorno do espectro autista.

*Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)