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09/05/2024 às 17:12, atualizado em 09/05/2024 às 18:11
Grupo de 20 pessoas da República Dominicana foi até o local para um intercâmbio de informações
Uma propriedade de 18 hectares foi o destino final de um grupo de cerca de 20 pessoas da República Dominicana. Localizada em Brazlândia, mais precisamente no Núcleo Rural Capão da Onça, a terra do produtor Vicente Jorge Ferreira, 72 anos, foi a primeira a aderir ao projeto Produtor de Água no Descoberto e se tornou uma referência nacional e internacional na preservação da Bacia do Alto Descoberto.
Os profissionais estrangeiros estiveram no local para conferir as boas práticas adotadas para promover a preservação ambiental. O grupo foi recebido por representantes da Agência Nacional de Águas (ANA), Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb).
O principal objetivo do projeto é tornar a Bacia do Alto Descoberto referência na produção sustentável de água e de alimentos para garantir a segurança hídrica e a manutenção da vocação rural da região, por meio de práticas de conservação de solo e água, proteção e restauração da vegetação nativa.
“No DF, são mais de 25 instituições parceiras que apoiam o projeto. A ideia é que o produtor produza a água e o alimento. Ele também recebe ações para manter a caracterização da propriedade dele. Ele preserva o espaço e ganha incentivos dos parceiros”, explicou a coordenadora do Projeto Produtor de Água no Descoberto pela Emater, Anne Caroline Lobo Borges.
“Esse projeto é um exemplo do nosso compromisso com a sustentabilidade e a gestão responsável dos recursos hídricos. A Caesb é a responsável pelo abastecimento do DF, nós atendemos 99% da população com rede de água e coletamos 92,31% do esgoto, que é 100% tratado. Esses números colocam o DF entre as regiões com melhor saneamento básico no país. A companhia tem a honra de receber a comitiva da República Dominicana em nosso país”, defendeu o presidente da Caesb, Luís Antônio Reis.
O projeto Produtor de Água no Descoberto visa ampliar a segurança hídrica e promover a adequação e regularização ambiental das propriedades rurais, bem como um modelo de incentivo financeiro aos proprietários rurais que aderirem ao projeto, incluindo atividades de educação ambiental.
“O que mais chama atenção aqui nesta propriedade são as pessoas. É importante ver a disposição delas em abraçarem a ideia de fazer essa mudança de comportamento para uma possibilidade de um mundo melhor, de conservação da natureza”, elogiou o representante da ANA no projeto, Luís Augusto Preto.
Para a encarregada da Cooperação Sul-Sul pela República Dominicana, Letícia Sanchez, o intercâmbio de informações no Brasil vai possibilitar implementar boas práticas no país. “Temos apenas 11 milhões de habitantes, então o aprendizado aqui vai ser muito importante porque sabemos do impacto que esse projeto tem causado aqui em Brasília. Nós precisamos levar isso para a República Dominicana”, defendeu Letícia.
Ciente da responsabilidade de motivar outros produtores a seguirem o mesmo caminho, Vicente Jorge Ferreira segue traçando estratégias para preservar o local onde mora. “Eu fui o primeiro a aderir ao projeto aqui em Brasília. Eu fiz questão porque, apesar de não ter obrigação de ter reserva legal na minha propriedade, eu acho que é importante ter mesmo assim. Nós temos três reservas aqui e, entre 2023 e 2024, nós plantamos 730 árvores. Nós temos um compromisso com o presente e o futuro, por isso precisamos preservar”, concluiu o produtor rural.