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01/10/2024 às 13:29, atualizado em 01/10/2024 às 15:09
Iniciativa proposta pela Sedes-DF levou aos assistidos jogos para estimular interação social e atividade física; no DF, há mais de 500 mil pessoas acima de 60 anos
Um dia para sair da rotina. Dominó, xadrez, dama, pingue-pongue e atividades recreativas marcaram a manhã dos assistidos pelo Serviço de Acolhimento Institucional para Pessoas Idosas (Saipi) Casa Viva, em Taguatinga. A programação diferenciada veio por uma boa causa: comemorar o Dia Internacional da Pessoa Idosa. Ao todo, 35 homens com mais de 60 anos participaram das atividades promovidas pela equipe da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF), que gerencia o abrigo.
Com a população da terceira idade em crescimento, eventos como esse ganham ainda mais relevância. De acordo com um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), no biênio 2022/2023, idosos com 60 anos ou mais passaram a representar 19,7% da população em idade ativa, totalizando 501 mil pessoas. Iniciativas voltadas para essa faixa etária têm o objetivo de proporcionar momentos de lazer e reforçar a importância do convívio social e do cuidado com esse grupo.
Atividades
“Todo ano a gente prepara algo especial com eles para celebrar a data”, relatou a gerente do Saipi Casa Viva, Elissandra Leão. “Ao longo desta semana, serão várias atividades. Hoje tivemos campeonato e alguns jogos para estimular a interação; amanhã teremos uma oficina de suculentas, e, na quinta, duas professoras estarão na unidade para um bate-papo sobre preconceito.”
Francisco José dos Santos é uma dessas 501 mil pessoas. Aos 61 anos, ele está prestes a completar dois meses de Saipi Casa Viva. Para ele, as atividades recreativas ajudaram a desenferrujar as técnicas no jogo de damas. “Daqui a pouco vai começar a competição, e eu estou confiante de que vou ganhar a disputa”, disse. “É maravilhoso ter um dia com tudo isso. A gente se sente especial, e [a programação] serve também para nos distrair. Fico muito mais feliz quando sei que teremos algo diferente da rotina a que estamos acostumados”.
Já Antônio José dos Santos, 71, manifestava empolgação maior para interagir e conhecer o restante dos idosos com quem divide o abrigo. “Eu dei entrada aqui há seis dias”, contou. “Ainda não conheço todo mundo, mas está tudo muito bom. Quanto mais atividades fizermos, mais a gente se desenvolve. Para a situação de rua na qual fui encontrado, tudo aqui está excelente”.
Abrigo
O Saipi Casa Viva acolhe idosos do sexo masculino que, apesar de contarem com um abrigo institucional, possuem autonomia para realizar suas atividades diárias. O foco do serviço é garantir a proteção dos direitos dessas pessoas, promover a convivência em comunidade, oferecer suporte em questões de saúde e estimular a independência financeira e social.
“O objetivo da assistência social é assegurar a segurança, acolhimento, renda e recursos necessários para que esses idosos consigam fazer outras coisas”
Elissandra Leão, gerente do Saipi Casa Viva
Além de atividades de lazer promovidas todos os dias, o abrigo facilita o acesso dos idosos à rede pública de saúde e oferece cursos e capacitações, buscando fortalecer sua autonomia.
“O objetivo da assistência social é assegurar a segurança, acolhimento, renda e recursos necessários para que esses idosos consigam fazer outras coisas”, resumiu Elissandra Leão. “Nosso trabalho é para que os direitos dessas pessoas não sejam violados.”
Atualmente, a Sedes-DF disponibiliza outros dois abrigos: o Serviço de Acolhimento Institucional para Adultos e Famílias do Areal e o Serviço de Acolhimento Institucional para Mulheres Casa Flor.
Outras iniciativas
Coordenado pela Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), o projeto Viver 60+ é outra ação voltada à população idosa. O objetivo da iniciativa é promover qualidade de vida por meio de um envelhecimento saudável com autonomia, interação social e melhoria na saúde física e mental.
O Viver 60+ se norteia em três eixos de atuação: saúde e qualidade de vida, por meio de atividades físicas; educação e capacitação, com atividades educativas e pedagógicas; e cultura e lazer, com iniciativas focadas na inclusão social e na vida em comunidade.
Atualmente, o projeto está em dez regiões administrativas: Ceilândia, Taguatinga, Recanto das Emas, Estrutural, Samambaia, Sol Nascente, Água Quente, Asa Sul, São Sebastião e Riacho Fundo II.