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12/10/2024 às 09:04, atualizado em 12/10/2024 às 09:48
Espaço abriu suas portas em 12 de outubro de 1969, antes até do Parque da Cidade; manutenção constante reforça memória afetiva, ao mesmo tempo que possibilita o uso pelos mais novos
Em 1969, ano em que o homem pisou na Lua pela primeira vez, um foguete aterrissou no coração do Plano Piloto. Uma pequena construção — de 10 metros de altura —, mas um gigantesco marco na história da capital federal. Nascia ali o, hoje, Parque Ana Lídia.
O espaço, que completa 55 anos, abriu suas portas em 12 de outubro, em pleno Dia das Crianças. Um dos primeiros equipamentos públicos do tipo, foi um presente aos pequenos que habitavam a nova capital — que nem sequer havia completado sua primeira década. O local é mais antigo, inclusive, que o próprio Parque da Cidade, que só viria a ser inaugurado nove anos depois, em 11 de outubro de 1978.
À época da criação, o parque recebeu o nome de Iolanda Costa e Silva, esposa do general Arthur Costa e Silva, presidente do país até agosto daquele ano — e que viria a morrer em dezembro. Depois, foi renomeado em homenagem à criança vítima de um crime brutal, até hoje não solucionado.
Mas o nome que pegou mesmo foi o de sua principal atração. “A gente sempre chamou ele de ‘Parque do Foguetão’”, conta o professor Agnaldo Cuoco. Nascido em 1966, ele curtiu bons momentos da infância no local. Adulto, continuou voltando ao Ana Lídia para levar os filhos e, posteriormente, os netos: “Ele tem muita importância simbólica para Brasília. Eu acho que é um lugar muito especial, muito a cara da gente que nasceu aqui, que teve o privilégio de poder brincar nessa areia, subindo nesse foguetão. Esses brinquedos são quase todos os mesmos de quando eu era criança. Não mudou absolutamente nada do meu tempo de infância. Isso é muito legal”.
Os brinquedos, de fato, são os mesmos. Eles, aliás, são divididos em três áreas, sendo uma mais alusiva a conto de fadas — com carruagem de abóbora e animais gigantes —, outra remetendo ao Velho Oeste e a última futurista, onde está o foguete. Mas, para manter a ideia de que nada mudou, é preciso muito trabalho. Recentemente, foi feita a reforma dos banheiros. Brinquedos e areia também passam por manutenção constante. Além disso, houve a instalação de iluminação de LED, em 23 postes, e a troca da iluminação no corredor central, conhecido como Minhocão.
“A gente faz aquela pergunta sempre: ‘Quem nunca subiu no foguetinho? Quem nunca teve uma história, algum momento, a marcação de um encontro ou um fato que aconteceu exatamente naquelas areias?’. Então, a gente fica muito feliz em ter o Parque Ana Lídia hoje aqui no Parque da Cidade e saber que é uma referência na memória afetiva do brasiliense. A gente está muito contente e preparando, cada vez mais, para que fique um parque agradável, que seja um parque que possa receber todas as classes sociais, enfim, que as pessoas possam se divertir e ter boas memórias”, pontua o administrador do Parque da Cidade, Todi Moreno.
“O Parque Ana Lídia é um verdadeiro símbolo de lazer e bem-estar para as famílias brasilienses. Ele não apenas proporciona um ambiente saudável e agradável, mas também faz parte da memória afetiva de muitos adultos, que agora levam seus filhos para aproveitar esse espaço lúdico. É um lugar onde as gerações se encontram, criam laços e revivem experiências. Além disso, todos os investimentos que vêm sendo realizados no parque têm sido fundamentais para a sua valorização e melhoria contínua. Essas ações visam garantir que o local permaneça como um espaço acessível e acolhedor para todos, promovendo o convívio social entre os brasilienses”, complementa o secretário de Esporte e Lazer, Renato Junqueira.
Moreno ainda projeta serviços futuros no parque. Ele afirma que há conversas com a Secretaria de Esporte e Lazer (SEL-DF) para a reabertura da lanchonete do local. Também cita a instalação de novos brinquedos — alguns inclusivos para pessoas com deficiência —, mas sem jamais esquecer os antigos: “A gente não pode, de forma alguma, deixar de cuidar desses brinquedos, que já fazem parte da história do brasiliense”.
O respeito à história é fundamental para que o local continue chegando a mais gerações. A enfermeira Silvana Dias, por exemplo, tem o Ana Lídia em suas lembranças de infância. “Quando era pequenininha, vinha muito aqui. Meu pai sempre trouxe a gente, minha mãe, minhas irmãs, todos nós temos fotos”, relata. Agora, ela quer criar memórias com a filha, Sarah: “Hoje a gente veio com ela, com oito meses, para ela conhecer esse parque que tem história já. O foguete é um clássico. O meu pai subia com a gente, e agora o pai dela está subindo com ela”.