04/10/2022 às 15:49, atualizado em 07/10/2022 às 18:43

DF é o primeiro no país a realizar análise ampliada do teste do pezinho

O laboratório do Hospital de Apoio processa, por mês, cerca de 4.500 exames que podem detectar até 53 doenças e são fundamentais para garantir a qualidade de vida das crianças

Por Catarina Lima, da Agência Brasília | Edição: Saulo Moreno

Brasília, 29 de agosto de 2022 – O Distrito Federal é destaque no país na realização do teste do pezinho. O Hospital de Apoio do DF é no momento o único no Brasil a realizar a mais completa triagem neonatal biológica, como é identificado o procedimento, capaz de detectar 53 doenças. A unidade processa por mês cerca de 4.500 exames de toda rede pública da cidade.

O Programa Nacional de Triagem Neonatal do Ministério da Saúde estabelecia, até 2021, a detecção de seis doenças por meio do teste do pezinho. A capital do país, no entanto, a partir de 2008, passou a realizar o teste ampliado, em cumprimento à Lei distrital 4.190. Até o próximo ano, o exame ampliado passará a ser realizado em todo o Brasil, de acordo com a Lei nº 14.154, do governo federal.

A rede pública do DF realiza o teste do pezinho em cumprimento à Lei 4.190; procedimento será implantado no restante do país até o próximo ano, seguindo a Lei 14.154, do governo federal | Fotos: Renato Araújo/Agência Brasília

[Olho texto=”“A detecção precoce se resume em qualidade de vida e até na prevenção de óbitos. A criança detectada precocemente por uma doença mais grave, e que pode ser fulminante em poucos dias, pode viver, enquanto a que não teve a doença detectada, pode morrer. A diferença está entre a vida e a morte”” assinatura=”Joselito Santos, farmacêutico” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

O teste do pezinho é realizado de forma compulsória em todas as crianças nascidas na rede pública do Distrito Federal, nas primeiras horas de vida, por meio de amostras de sangue colhidas do pé do recém-nascido. O material colhido na maternidade é enviado para o Hospital de Apoio, onde está localizado o laboratório para os exames.

A pressa na coleta do material pode fazer a diferença entre a vida e a morte. “A detecção precoce se resume em qualidade de vida e até na prevenção de óbitos. A criança detectada precocemente por uma doença mais grave, e que pode ser fulminante em poucos dias, pode viver, enquanto a que não teve a doença detectada, pode morrer. A diferença está entre a vida e a morte”, frisou o farmacêutico que atua nas análises das amostras, Joselito Santos.

O farmacêutico Joselito Santos cita os erros inatos do metabolismo como uma das principais doenças detectadas pelo teste

Entre as principais doenças encontradas pelo teste podem se destacar as conhecidas como erros inatos do metabolismo que são as que causam os maiores danos, num menor espaço de tempo.

Como exemplo, Joselito Santos citou fenilcetonúria, a primeira a ser detectada pelo teste do pezinho. Quando está presente no organismo, a criança não consegue metabolizar o aminoácido fenilalanina, substância existente no leite. Quando a fenilalanina se acumula no corpo, torna-se tóxica. “Se há esse problema metabólico, a criança precisa tomar tipos de leites que não tenham o aminoácido”, explicou.

De acordo com a subcoordenadora do Laboratório de Triagem Neonatal Lívia Matos, “a maioria das doenças são atendidas no Hospital de Apoio e outras no Hospital da Criança”

A análise do teste fica pronta em cerca de sete dias. Quando há detecção de alguma das 53 doenças, a criança é encaminhada para um hospital de referência no DF para iniciar o tratamento necessário. “Muitas vezes o recém-nascido ainda está na maternidade com a mãe e já é feito o encaminhamento para se dar início ao tratamento”, explica a subcoordenadora do Laboratório de Triagem Neonatal, Lívia Matos. “A maioria das doenças são atendidas no Hospital de Apoio e outras no Hospital da Criança”, conclui a bióloga.

DF é o primeiro no país a realizar análise ampliada do teste do pezinho