O Governo do Distrito Federal (GDF) deu mais um passo na implementação de políticas públicas voltadas para a inclusão social de pessoas em situação de rua. Por meio do Decreto 46.250/2024, o Executivo oficializou a criação de 15 cargos dentro da estrutura do GDF destinados exclusivamente para atendimento deste público.
“O decreto representa mais um avanço na nossa política de inclusão social. Com a criação dessas vagas, damos um passo concreto para oferecer dignidade e oportunidades reais de trabalho para pessoas em situação de rua. A iniciativa vai além da assistência; é uma chance de voltar à sociedade por meio do emprego e da renda”, destaca o secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha.
A medida, oficializada por meio do Diário Oficial do DF (DODF), estabelece que os postos de trabalho sejam oferecidos nas estruturas administrativas das secretarias de Justiça e Cidadania (Sejus); Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet); e de Desenvolvimento Social (Sedes) – pastas que trabalham temas relacionados a direitos humanos, qualificação profissional e assistência social.
Daniel Dias viveu durante quase três anos nas ruas. Ele foi selecionado para compor o quadro da Sedes nas vagas destinadas a pessoas em situação de rua | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília
Inclusão social e dignidade
A iniciativa se soma às demais propostas do governo previstas no Plano de Ação para a Efetivação da Política Distrital para a População em Situação de Rua. Criado em 25 de maio, o documento está dividido em sete eixos, entre os quais está o Eixo de Trabalho e Renda. Nele, o GDF reconhece a importância do trabalho e da geração de renda como meio de inclusão social e dignidade, e oferece estratégias para a consolidação desse objetivo.
“A garantia de acesso ao mercado de trabalho é uma das principais demandas da população em situação de rua. Eles chegam aos nossos serviços pedindo uma oportunidade. Com o decreto, o GDF dá exemplo para a sociedade de que é possível, sim, oferecer a oportunidade de emprego que eles precisam. Isso garante dignidade para que eles ganhem autonomia e possam sair daquela situação de vulnerabilidade”, pontua a primeira dama do Distrito Federal, Mayara Noronha Rocha.
A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, define a iniciativa como uma política de inclusão social inovadora. “A contratação de pessoas que já estiveram em situação de rua é uma forma de dignidade, ao oferecer trabalho e possibilidades reais de reintegração à sociedade. Este projeto piloto quebra barreiras e cria pontes para quem mais precisa, pois pessoas em situação de vulnerabilidade terão a chance de recomeçar e contribuir ativamente para o desenvolvimento do Distrito Federal”, afirma.
“O desenvolvimento social precisa caminhar junto ao desenvolvimento econômico para que essas pessoas possam ter acesso a oportunidades dignas de trabalho e geração de renda, permitindo seu retorno à sociedade com autonomia e dignidade”, defende a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra.
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Segundo a titular da Sedes, os selecionados serão direcionados para atividades já exercidas anteriormente pelos trabalhadores em outro momento, ou em funções de interesse dos contratados. “Todos serão alocados em postos estratégicos, respeitando a individualidade de cada um, os interesses e onde será maior a possibilidade de eles acrescentarem com suas vivências ao poder público”, explica.
Na Sedet, por exemplo, os profissionais irão atuar em serviço itinerante da pasta que visita ocupações irregulares de pessoas em situação de rua, a fim de apresentá-los os programas de qualificação profissional que a secretaria oferece.