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03/04/2017 às 15:16, atualizado em 03/04/2017 às 16:20
Objetivo é percorrer propriedades, como a do agricultor Maurício Rezende, para levantar informações da produção
A colheita do agricultor Maurício Rezende foi de aproximadamente 300 caixas de pimentão por estufa — e não 30, como informado anteriormente
A colheita não foi como o esperado. Com cerca de 300 caixas de pimentão por estufa, como no ano passado, o agricultor Maurício Rezende, de 60 anos, esperava, ao menos, algo 30% maior. “Agora é terminar essa safra até o início de junho e tentar entender o que ocorreu”, diz o produtor rural do Núcleo Rural Taquara, em Planaltina.
Para ajudar nesse diagnóstico, começou nesta segunda-feira (3) e segue até 20 de abril a segunda edição da Expedição Safra-Brasília.
Maurício percebeu uma queda de aproximadamente 40% no valor do produto, atribuído ao baixo consumo. Em 2016, a situação foi parecida. Para tentar amenizar a queda no lucro, dividiu o plantio deste ano em pimentão e tomate, o que não mudou muito o cenário.
“A partir de julho, já começamos a preparar o terreno e vamos nos apoiar nas orientações do governo para ter um retorno melhor na próxima safra”, aposta o agricultor.
A ação é executada pela Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), a Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa-DF) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O foco da Safra-Brasília são as propriedades com cultivos protegidos — plantações feitas em estufas, campo telado, casa de vegetação e túneis. O objetivo da expedição é fazer um diagnóstico dessa técnica de plantio para ter informações mais precisas e, assim, elaborar políticas públicas que visam solucionar possíveis problemas no setor.
De acordo com o secretário da Agricultura, José Guilherme Leal, é uma atividade importante que envolve produtores e mercado de insumos. “Esses produtores atravessam alguns problemas do ponto de vista sanitário, da produtividade e da lucratividade”, analisa.
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Durante a visita, os técnicos, além de observar o plantio, aplicam um questionário com 88 perguntas. A expectativa é que as equipes visitem aproximadamente 150 propriedades dos núcleos rurais de Taquara, Pipiripau, Tabatinga e Rio Preto que produzem pimentão, tomate, alface, uva, maracujá e até flores e plantas ornamentais.
Conforme explica Leal, a região foi escolhida por ser o local com a maior concentração de cultivos protegidos no DF. Segundo o secretário, por exemplo, o cultivo de pimentão na área corresponde a 62% do DF, e, desse total, mais de 90% é produzido em cultivo protegido.
Após a coleta dos dados na expedição, os órgãos envolvidos elaboram um relatório com o diagnóstico da produção embasada na técnica de cultivo protegido.
As equipes de técnicos do projeto participaram, em março, de treinamentos para a aplicação dos questionários. Entre as questões estão o tipo de estrutura e de cultura, forma de cultivo, o uso de agrotóxicos, a pós-colheita e a comercialização.
A segunda edição da Expedição Safra-Brasília vai levar à Cooperativa Agrícola da Região de Planaltina (Cootaquara) a Roda de Prosa com os agricultores. O encontro, às 19 horas de quinta-feira (6), serve para apresentar o projeto e a equipe de técnicos aos produtores.
Lançada em janeiro de 2016, a Expedição Safra-Brasília surgiu da ideia de fazer levantamentos da produção de grãos para a elaboração de políticas públicas para o setor. O projeto buscou também melhorar a prestação de assistência técnica aos produtores rurais e divulgar a real dimensão da atividade agropecuária local para a população urbana e a administração pública.
No primeiro ano, a expedição percorreu mais de 10 mil quilômetros em três etapas. Foram analisadas produções de soja, de milho e cultivos irrigados. A equipe contou com mais de 20 técnicos e dez veículos.
Edição: Paula Oliveira