15/05/2017 às 19:21, atualizado em 27/11/2017 às 12:52

Taxa de contingência de água será suspensa a partir de 1º de junho

Em entrevista coletiva nesta segunda (15), diretor-presidente da Adasa justificou a interrupção da cobrança adicional e descartou, por enquanto, um segundo dia de racionamento

Por Saulo Araújo, da Agência Brasília

Os moradores de Brasília que consomem mais de 10 metros cúbicos de água por mês deixarão de pagar a taxa de contingência a partir de 1º de junho de 2017.

O diretor-presidente da Adasa, Paulo Salles, concedeu entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (15). Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

A suspensão foi anunciada pelo diretor-presidente da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa-DF), Paulo Salles, na tarde desta segunda-feira (15). Segundo ele, o governo conseguiu atingir os objetivos com os sete meses em que a tarifa vigorou.

Os detalhes estão descritos na Resolução nº 8, que será publicada no Diário Oficial do DF desta terça-feira (16).

O encargo extra que aumenta a conta de água em até 20% passou a valer em outubro de 2016, quando o Reservatório do Descoberto atingiu 25% do seu nível.

[Numeralha titulo_grande=”R$ 44 milhões” texto=”Montante arrecadado em sete meses com a cobrança da tarifa de contingência de água” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Até abril, foram arrecadados R$ 44 milhões (valor bruto) com a cobrança adicional. O recurso se destinará a modernizar a rede de abastecimento para mitigar perdas, a trocar hidrômetros e a investir em campanhas educativas de uso racional do recurso hídrico.

Outro fator que motivou a interrupção da tarifa extra foi o início do racionamento no Distrito Federal.

“Com o desligamento programado de água, a redução no consumo foi muito mais impactante do que a taxa de contingência, de modo que ela, neste momento, não se faz mais necessária”, explicou Salles. O diretor-presidente da Adasa destacou que o instrumento de cobrança pode voltar em caso de necessidade.

Curva de referência para acompanhar nível dos reservatórios

Outra resolução da agência reguladora, a de nº 9, estabelecerá os critérios que a Adasa adotará para verificar as curvas de acompanhamento dos reservatórios que abastecem o Distrito Federal. A norma também será publicada no Diário Oficial desta terça-feira (16).

Na simulação da Adasa, o Reservatório do Descoberto deve atingir o menor nível em outubro, quando está previsto chegar a 9%, sem contar o volume morto (reserva técnica), que é de 10%.

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No entanto, essas projeções não consideram as obras de captação emergencial do Lago Paranoá, previstas para serem concluídas em setembro.

O chamado de Subsistema Produtor do Lago Norte vai reforçar o abastecimento em 700 litros por segundo e aliviar o Descoberto.

Caso as estimativas feitas não se confirmem e o cenário hidrológico fique pior do que o esperado, o racionamento poderá ser ampliado.

[Olho texto='”Se as metas forem atingidas, não haverá necessidade de ampliar o racionamento, mas, se não forem, é uma possibilidade”‘ assinatura=”Paulo Salles, diretor-presidente da Adasa-DF” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

“No momento está descartado o segundo dia de racionamento. As medidas que serão tomadas dependerão do andamento dessa curva. Se as metas forem atingidas, não haverá necessidade de ampliar o racionamento, mas, se não forem, é uma possibilidade”, disse Paulo Salles.

A avaliação do cumprimento das metas mensais será feita com base nos seguintes critérios:

  • entrada de água nos reservatórios
  • consumo da água pela população e pelos agricultores
  • situação das obras, particularmente dos subsistemas do Bananal e do Lago Paranoá

O monitoramento será feito em reuniões semanais que reunirão técnicos da Adasa, da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) e da Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.

Edição: Raquel Flores