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15/09/2017 às 18:11, atualizado em 18/09/2017 às 09:44
Decreto que cria o equipamento cultural foi assinado pelo governador Rodrigo Rollemberg nesta sexta (15), na Torre de TV. Terreno em que será construído, com 147 mil metros quadrados, fica no Setor de Clubes Esportivos Sul
A produção cinematográfica do Distrito Federal ganhou um novo incentivo. Na tarde desta sexta-feira (15), o governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, assinou o decreto que institui a política do Parque Audiovisual de Brasília.
“Queremos consolidar a cidade como referência da produção cinematográfica e do audiovisual”, defendeu o governador. Ele ressaltou que o ato é fruto de integração entre governo e sociedade.
Rollemberg destacou a criação e a recuperação de equipamentos públicos de cultura como prioridade de governo. “Tenho convicção da importância da cultura como ferramenta essencial para a construção de uma sociedade mais generosa.”
[Olho texto='”Queremos consolidar a cidade como referência da produção cinematográfica e do audiovisual”‘ assinatura=”Rodrigo Rollemberg, governador de Brasília” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
O chefe do Executivo local ressaltou ainda que Brasília se consolida como polo de produção de audiovisual e reforçou a importância do Festival de Brasília como vitrine do cinema nacional.
De acordo com a Agência Nacional do Cinema (Ancine), do Ministério da Cultura, o setor brasileiro cresce 8% ao ano.
“Hoje nasce aqui uma nova ideia, um avanço importante para Brasília, para o Centro-Oeste e para o País”, definiu o secretário de Cultura, Guilherme Reis. “É um mercado pujante, que tem um espaço gigantesco para crescer ainda mais”, acrescentou o titular da pasta.
Entre as previsões para o projeto estão estúdios, salas de cinema, núcleos de animação, efeitos especiais, produções de games, filmes e séries.
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Na solenidade, na Torre de TV, também foi assinado o termo de cessão de uso do terreno da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) onde será construído o Parque Audiovisual de Brasília.
Com 147 mil metros quadrados, a área fica no Trecho 3 do Setor de Clubes Esportivos Sul, próximo ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
“É uma honra contribuirmos para a expansão de um dos mais promissores segmentos de nossa cidade. Brasília merece”, declarou o presidente da Terracap, Júlio César Reis, que assinou o documento com Rollemberg e o secretário de Gestão do Território e Habitação, Thiago de Andrade.
Presente na solenidade, o cineasta Vladimir Carvalho disse aos colegas representantes do setor: “Agora é a nossa vez, estamos juntos nessa, vencendo os terremotos e os furacões da política e seguimos.” E acrescentou: “Nosso protagonismo não nasceu hoje, isso é fruto de muita luta e muita história.”
O Parque Audiovisual de Brasília integra o programa Lugar de Cultura e substituirá o Polo de Cinema e Vídeo Grande Otelo, criado em 1991, em Sobradinho, que se tornou obsoleto para atender à demanda do mercado. “Ele precisava ser modernizado e de outras políticas que traçassem as diretrizes”, explicou o secretário de Cultura.
[Olho texto='”Um polo deve atrair investimento não só para cinema, mas para mais formatos que Brasília pode oferecer ao País”‘ assinatura=”Guilherme Reis, secretário de Cultura” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
“Um polo deve atrair investimento não só para cinema, mas para séries de TV e mais formatos que Brasília pode oferecer para o País”, complementou Guilherme Reis. Devido a esses fatores e à localização, marcada por um conflito fundiário histórico, o polo perdeu o objetivo central de estimular a produção audiovisual.
A data para criação da política foi escolhida como parte da celebração do 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que começa nesta sexta-feira (15), no Cine Brasília, e vai até 24 de setembro, com programação em 12 regiões administrativas.
Para o cineasta Marcus Ligocki, um dos realizadores de audiovisual presentes no evento, o parque é uma forma de fortalecer a produção local e o processo de nacionalização do cinema brasileiro.
“A capacidade do Brasil de se desenvolver ocorrerá de forma plena quando ouvirmos as realidades do Norte, do Nordeste, do Sul e de todas as regiões de forma integrada”, apostou o diretor da Associação dos Produtores e Realizadores de Longas-Metragens e Séries de TV do Distrito Federal (Aprocine).
Representante do setor, ele destacou que o crescimento fora do eixo Rio-São Paulo se dá graças a políticas de regionalização da Ancine, por meio do Fundo Setorial do Audiovisual e de editais locais como o do Fundo de Apoio à Cultura do DF.
[Numeralha titulo_grande=”150″ texto=”Média de filmes produzidos por ano no Brasil” esquerda_direita_centro=”direita”]
“Em 1991, produzíamos uma média de um filme por ano, atualmente são cerca de 150. As salas de cinema também triplicaram nos últimos 25 anos”, reforçou o cineasta em relação ao cenário brasileiro.
Em âmbito local, de acordo com Ligocki, a produção está mais frequente, e as exibições cada vez mais em larga escala e com premiações nacionais e internacionais.
A produtora Cibele Amaral, também membro da Aprocine, diz que vê o mercado de Brasília promissor para além das telonas. “A distribuição do nosso mercado está cada vez mais relevante. Queremos chegar ao mercado de programas de TV e séries”, acrescentou.
O DF lança, em média, dez filmes de longa-metragem por ano, mas o potencial é ainda maior, acreditam os produtores. “Há cinco, seis anos, a média era de uns quatro”, concluiu Ligocki.
Após ouvir as demandas e os agradecimentos da categoria, o governador de Brasília se colocou à disposição para atender o setor e pediu que os realizadores se mobilizassem em um conselho para traçar as prioridades para o polo de cinema.
“Aproveitem esse momento. Agora é a hora de fazermos esse debate e trazermos soluções conjuntas para como funcionar esse equipamento”, sugeriu Rollemberg.
Edição: Raquel Flores