25/02/2020 às 11:36, atualizado em 27/02/2020 às 19:05

Ana Luiza, uma apreciadora da chuva, dos ipês, das flores…

Moradora de Vicente Pires, a estudante considera o pôr do sol candango “espetacular”. “Ser brasiliense é saber andar pelas tesourinhas e, também, qual entrada pegar para cair no Eixão ou Eixinho”, brinca

Por Agência Brasília*

[Numeralha titulo_grande=”57″ texto=”dias para os 60 anos de Brasília” esquerda_direita_centro=”centro”]

 

Em homenagem à capital federal, formada por gente de todos os cantos, a Agência Brasília está publicando, diariamente, até 21 de abril, depoimentos de pessoas que declaram seu amor à cidade. 

 

“Uma vez, em uma viagem ao Rio de Janeiro, eu estava num táxi conversando assuntos aleatórios com o motorista quando chamei um ‘radar’ de ‘pardal’, a forma como nós, brasilienses, chamamos os radares de velocidade. O motorista me perguntou, num tom afirmativo: ‘Você não é daqui, não, né, moça? Chamar radar de pardal é coisa de brasiliense!’. 

Desde aquele dia sempre me vem esse pensamento quando vejo alguém falando de Brasília, ou como a chamamos: Brasólia, BsB, quadradinho, cidade-avião… são inúmeros os apelidos para essa cidade sem esquinas, na qual nasci e cresci.  Viver em Brasília é peculiar.

[Olho texto=”Morar aqui é saber apreciar a chuva a cada instante, porque sabemos que a seca é rigorosa e dura a maior parte do ano, mas que traz belezas como ipês que florescem e colorem a cidade.” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Somos uma cidade pequena comparada a São Paulo ou Rio de Janeiro, temos regiões administrativas que nada mais são do que bairros um pouco mais afastados do ‘centro’, visto que Brasília não tem centro. Aliás, o Plano Piloto é considerado o nosso centro, onde funciona boa parte de Brasília.

Morar aqui é saber apreciar a chuva a cada instante, porque sabemos que a seca é rigorosa e dura a maior parte do ano, mas que traz belezas como ipês que florescem e colorem a cidade. É saber que temos um pôr do sol espetacular. É ir ao Parque da Cidade caminhar aos domingos. É esperar que o metrô chegue não somente até a UnB, na Asa Norte, mas em outros lugares para que possamos abandonar a necessidade de pegar o carro.

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É comum ouvir ‘Você conhece o presidente?’. Não, a maioria de nós não conhece o presidente pessoalmente. É saber que em Brasília existe um setor para tudo, ou quase tudo: Setor de Indústrias, Setor Bancário, Setor Gráfico, Setor Hospitalar, entre outros.  É saber andar pelas tesourinhas e, também, qual entrada pegar para cair no Eixão ou Eixinho…

Afinal, é difícil comparar Brasília com outras cidades, mas é certo que aqui vive gente feliz, gente de todos os cantos do país, o que nos fez criar nossa própria cultura, com o nosso ‘não-sotaque’ e nossas gírias tipicamente brasilienses.” 

Ana Luiza da Silva Mota, 20 anos, estudante, mora em Vicente Pires

  • Depoimento concedido ao jornalista Freddy Charlson