07/05/2020 às 12:46, atualizado em 07/05/2020 às 13:14

Com equipe própria, Sesipe faz desinfecção em viaturas e prédios da segurança pública

Trabalho de assepsia é uma das medidas implementadas pela Secretaria de Segurança Pública para combater a pandemia do novo coronavírus em sua estrutura

Por Flávio Botelho, da Agência Brasília *

| Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília

Otimização e reforço no combate ao novo coronavírus: estes dois pilares compõem o importante trabalho de desinfecção de viaturas e infraestrutura da segurança pública do DF que foi implementado recentemente pela Subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Sesipe). A assepsia é feita semanalmente por uma equipe própria, formada por detentos do regime aberto e supervisionada pela Gerência de Obras e Reparos (Geor) do órgão.

Os equipamentos utilizados no trabalho são velhos conhecidos no combate à dengue – um pulverizador e um atomizador costal, que são munidos  de hipoclorito de sódio, álcool 70% vaporizado e desinfetante seco à base de amônia. Os produtos são aplicados nas viaturas e no interior das nove dependências da Sesipe, em um rodízio feito semanalmente, e os detentos que o executam recebem equipamentos de proteção individual (EPI) adequados.

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O trabalho é possível atualmente graças a uma parceria com a Vigilância Sanitária e o Exército Brasileiro, que instruíram e treinaram as equipes de desinfecção da Sesipe.

As ações fora das unidades prisionais utilizam uma equipe composta por quatro reeducandos do regime aberto e são feitas tanto na Sesipe quanto em outros órgãos vinculados à Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF), como o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) e Centro Integrado de Operações de Brasília (CIOB). Dentro dos presídios, a mão de obra utilizada no trabalho de desinfecção é formada por internos classificados para o serviço, sem saída externa.

“Não é possível levar reeducandos de uma unidade para outra. Desta forma, em alguns presídios utilizamos a mão de obra de internos que já desenvolviam alguma atividade laboral”, explica o gerente da Geor, Willian Pereira.

| Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília

Para o subsecretário do Sistema Penitenciário do DF, delegado Adval Cardoso de Matos, o trabalho de assepsia realizado pela Sesipe é fundamental para a segurança de detentos e servidores.

“Temos uma alta rotatividade tanto nas unidades prisionais quanto nas dependências da Sesipe e de outros prédios da SSP-DF, ocasionalmente de pessoas positivadas para Covid. Este trabalho reforça a necessidade da desinfecção constante de toda essa infraestrutura, e podermos utilizar uma equipe própria é importante por não dependermos mais de forças exteriores para realizar esta tarefa”, avaliou.

Papuda

Além do trabalho de desinfecção, o Complexo Penitenciário da Papuda também já está sendo equipado e servirá como uma importante estrutura da Sesipe no reforço às medidas de segurança para conter a disseminação do novo coronavírus. Entre as ações implementadas pelo GDF no local estão a construção de um hospital de campanha, que ficará como legado para o sistema prisional, e a utilização dos dois novos blocos dos Centros de Detenção Provisória (CDP) para tratamento e quarentena de presos.

“O hospital vai ser um grande legado. São 900 metros quadrados de área construída que vão contar com salas de atendimento, segurança e monitoramento, além de realização inclusive de pequenas cirurgias. Isso vai gerar uma redução de gastos e de riscos, pois os presos que precisarem de assistência médica não vão mais precisar ser transportados para os hospitais do DF e as equipes que faziam as escoltas ficarão nos presídios”, ressalta o subsecretário.

Segundo o último balanço divulgado pela SSP-DF, 92 policiais penais e 238 detentos do sistema prisional seguem com resultado de teste positivo para Covid-19, enquanto o número de recuperados está em 39 e 67, respectivamente.

 

* Com informações da SSP-DF