Saber identificar a abelha-rainha de uma colmeia, uma concentração de zangões ou, ainda, a hora certa de manejar as caixas de abelha pode ser um grande diferencial na apicultura e para determinar uma boa produção de mel.
O Curso de Prática e Manejo de Apicultura oferecido pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) traz todos esses ensinamentos para os produtores rurais assistidos pela empresa pública, reunidos no PAD-DF esta semana.
Na fase final, o curso gratuito é de 24h, dividido em três dias com partes teóricas e práticas. Iniciado com uma aula básica de noções de apicultura, os conteúdos foram focados nas práticas pós-safra, que são a manutenção e multiplicação de colmeias de abelhas, além da seleção dos melhores enxames para que produzam o que se espera de uma colmeia bem administrada na próxima safra.
Durante esta semana produtores rurais participam do Curso de Prática e Manejo de Apicultura oferecido pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal no PAD-DF | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília
O instrutor do curso, João Pires, explica que a capacitação veio de uma demanda dos agricultores familiares da região do PAD-DF que praticam apicultura e estavam reclamando da baixa produtividade dessa atividade, com um baixo retorno econômico. “Conversamos com eles e percebemos que o que estava realmente faltando eram práticas corretas de manejo”, afirma o técnico em agropecuária.
O extensionista da Emater-DF também destaca a importância social, econômica e ambiental da produção de mel. “Socialmente ajuda na melhoria da alimentação dessas famílias, que passam a ter o mel e enriquecer a alimentação. Já do ponto de vista ambiental, você está trabalhando com um potencial polinizador, que são as abelhas, e obviamente todo apicultor é um ferrenho defensor da natureza, porque ele precisa dela preservada para que as abelhas possam trabalhar na produção de mel. Economicamente é mais uma atividade que pode somar renda para essa família, além da rapidez de retorno econômico da atividade apícola”, explica.
Investimento nas abelhas
De acordo com o especialista, todo investimento no primeiro ano na atividade apícola – indumentária (traje especial), equipamentos e caixas – se paga na primeira produção de mel. Isso na perspectiva de trabalhadores da região que utilizam técnicas corretas de manejo e não tenham uma produção menor (de 5 kg a 10 kg de mel por ano), mas uma média de 30 kg por colmeia ao ano.
“Com o preço médio de R$ 50, o quilo, estamos falando de R$ 1.500 por colmeia. Pensando em uma agricultura familiar com 10, 20, 30 caixas, você multiplica isso por esse rendimento, tirando aí 10% de custo de manutenção, é uma renda considerável”, pontua João Pires.
Lucas Duarte, participante da capacitação: “Antigamente ficava uma questão de fazer de qualquer jeito, fazer igual o vizinho fazia, mas hoje não. A gente tem as práticas e maneiras corretas de ter uma autoprodutividade maior. E foi isso que vim buscar neste curso, para realmente ser algo rentável e economicamente viável”
