Os principais dados do 1º Anuário de Segurança Pública do DF, lançado na última semana pelo Governo do Distrito Federal (GDF), foram apresentados à imprensa nesta terça-feira (24). No encontro com editores e jornalistas de diversos veículos, o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Sandro Avelar, destacou a importância da imprensa como aliada estratégica na consolidação de políticas públicas eficazes e sensação de segurança da população do Distrito Federal.
Avelar apresentou uma análise detalhada dos indicadores de criminalidade e enfatizou que o DF tem se destacado nacionalmente por adotar uma gestão baseada em evidências. “A imprensa tem um papel decisivo ao informar com responsabilidade e ampliar o alcance das políticas públicas”, afirma.
Para Natália Martins, da TV Record, a iniciativa de convidar jornalistas para um encontro é benéfica para a população. “Ter esse acesso mais próximo ao secretário e à equipe da Secretaria de Segurança Pública é algo que beneficia diretamente a sociedade. Quando temos dúvidas e conseguimos esclarecê-las, podemos repassar as informações com mais clareza à população. A imprensa está na rua, dentro da casa das pessoas, ouvindo suas demandas. Essa abertura ao diálogo e à escuta fortalece nosso trabalho e contribui para uma comunicação mais transparente e eficaz com a sociedade”.
Rudolfo Lago, jornalista do Correio da Manhã, também elogiou o encontro. “Foi uma iniciativa muito positiva da Secretaria no sentido de se aproximar da imprensa. A apresentação foi transparente e esclarecedora. O anuário expõe os dados de forma clara, sem omissões, permitindo que a gente compreenda os contextos e consiga traduzir essas informações com responsabilidade para o público. Ter esse acesso direto às análises e explicações é essencial para que possamos informar com mais profundidade e precisão.”
Para Suzano Almeida, do Jornal de Brasília, encontros como esse enriquecem a relação entre as instituições e a imprensa. “A partir deles é que podemos ー jornalistas e Secretaria de Segurança ー prestar um serviço que vai além das manchetes, nos ajudando a entender a raiz do problema. Somos todos responsáveis pela segurança pública. Por isso, a transparência, a notícia correta e os dados claros são importantes para o nosso trabalho e para conscientizar o cidadão, na ponta, que ele também faz parte dessa engrenagem”.
Queda de homicídios
Desde 2013, os indicadores de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) vêm caindo ininterruptamente no Distrito Federal. “Somos o único ente federativo onde não houve oscilações. A taxa atual é de 6,9 homicídios por 100 mil habitantes — patamar próximo ao dos Estados Unidos”, observa o secretário.
Questionado por Patrício Macedo, editor da TV Brasília, sobre o conceito de integralidade na segurança pública, Sandro Avelar explicou que o modelo vai além da simples união entre as forças policiais. “Trata-se de um trabalho conjunto entre diversas áreas do governo, do sistema de Justiça e da própria sociedade civil — inclusive a imprensa. Segurança pública é uma responsabilidade compartilhada”, reforçou.
O subsecretário de Gestão da Informação, George Couto, explicou a importância da análise de homicídios como um dos parâmetros de aferição da violência em todas as regiões administrativas. “Mais do que observar reduções, é fundamental regionalizar o debate sobre as circunstâncias da segurança pública no Distrito Federal. Trabalhamos com estratégias específicas para cada região administrativa”.
Além do homicídio, a SSP-DF estuda outras modalidades criminosas e prepara uma pesquisa para avaliar o impacto na sensação de segurança. “No segundo semestre, será iniciada a 5ª Pesquisa Distrital de Segurança Pública, na qual serão entrevistados moradores de todas as regiões administrativas do DF para mensurar o medo do crime, padrões e tendências criminais, além de avaliar subnotificações, desordens e incivilidades”, afirma Couto.
Feminicídio zero
Ao ser questionado sobre a meta de redução dos feminicídios, o secretário foi enfático ao responder à jornalista Geovana Melo, da Record TV: “Nossa meta é feminicídio zero. Não há o que comemorar enquanto houver uma mulher assassinada por ser mulher no DF”. Ele acrescentou que o enfrentamento ao feminicídio exige não apenas ações repressivas, mas uma profunda mudança de cultura.
Elisa Costa, do Jornal de Brasília, também questionou sobre os desafios relacionados a esse tipo de crime. Avelar explicou que muitos casos ocorrem dentro do ambiente doméstico, o que dificulta a prevenção pelas forças policiais.