Com batucada, risadas e muita energia, o Arte Brasil deu início à terceira edição das oficinas gratuitas, com percussão terapêutica, artesanato com materiais recicláveis e crochê. Voltado para mulheres do Itapoã, o projeto proporcionará, ao longo de seis meses, um espaço de aprendizado, expressão e convivência. As 25 participantes terão a oportunidade de desenvolver novas habilidades e fortalecer laços dentro da comunidade. Os encontros acontecem todas as quintas-feiras, das 14 às 17h, na Casa de Cultura Kanzuá do Batukenjé.
Esta edição do Arte Brasil conta com o financiamento da Lei Paulo Gustavo (LPG). O projeto recebeu R$ 89 mil para realizar as oficinas, com material e lanche para as participantes. No Distrito Federal, foram destinados R$ 48,1 milhões para a distribuição de recursos no setor cultural. A Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF) é responsável pela gestão desses recursos.
Edilma Alves: “Eu apoio muito esse projeto porque sei o quanto ele pode ajudar outras mulheres, assim como me ajudou” | Fotos: Tony Oliveira/Agência Brasília
“Eu apoio muito esse projeto porque sei o quanto ele pode ajudar outras mulheres, assim como me ajudou”, afirma a confeiteira Edilma Alves, 50, que participa pela segunda vez do Arte Brasil. Na primeira oportunidade, precisou interromper as atividades devido a um problema na coluna.
“Quando comecei aqui, eu estava com depressão, e o projeto foi fundamental para me ajudar a sair dessa fase difícil. Muitas mulheres que participam enfrentam desafios semelhantes, ou depressão ou problemas em casa. Eu mesma passei por um momento delicado após a separação do meu marido. Fiquei tão abalada que, por um tempo, quase não conseguia sair de casa. Mas agora estou determinada a concluir o curso e seguir em frente, afinal é uma forma de ganhar dinheiro também”, destaca.
Célin do Batukenjé criou o projeto pensando nas mulheres que sofreram violência doméstica
O idealizador do projeto, o mestre Célin do Batukenjé, ressalta que o espaço ajuda muitas mulheres que sofreram violência doméstica e passavam muito tempo dentro de casa, sem contato com outras pessoas. “Com isso, elas saem desse isolamento, conhecem um novo mundo e se conectam com outras pessoas”, explica. Além disso, Célin, que promove inclusão e conhecimento na cidade há mais de dez anos, explica que a inclusão é essencial, especialmente para aqueles que muitas vezes se sentem isolados, como os idosos. “Infelizmente, muita gente não quer estar perto deles, mas nós queremos. Criamos atividades para envolvê-los e proporcionar uma melhor qualidade de vida”, afirma.
