Questionado sobre o dia que marcou o seu renascimento, o cantor Rubens Lima, 61 anos, sabia decorado: 5 de abril de 2013. Era uma sexta-feira qualquer, mas, para ele, foi a data em que decidiu dar um basta à ingestão excessiva de bebida alcoólica. O acolhimento recebido pelo Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Santa Maria foi crucial para que pudesse recomeçar a vida do zero em busca de conquistar tudo o que perdeu com a doença.
São mais de 1.400 assistidos pelo centro de Santa Maria | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
“Essa data é muito marcante para mim porque foi quando eu realmente fui acolhido. É um centro que ajuda quem quer receber ajuda. A pessoa não se cura da noite para o dia, mas, aos poucos, a vida vai retomando ao normal. Em 2013, eu andava com um pessoal para quem o caminho era só o álcool”, compartilhou Rubens.
Da mesma forma que ocorreu com Rubens, o Caps funciona como uma esperança que se acende na vida de quem acha que já não tem mais nada a perder. São mais de 1.400 assistidos pelo centro de Santa Maria, que também atende quem mora no Gama e no Entorno. A equipe, composta por 28 profissionais das áreas da medicina, enfermagem, assistência social, psicologia, terapia holística e educação popular, promove uma série de atividades para dependentes do álcool e das drogas.
“A gente realiza atendimentos coletivos. São 19 grupos funcionando nos três turnos do dia, acompanhados pelos profissionais multidisciplinares do Caps. As reuniões terapêuticas e educativas atuam com o objetivo de diminuir cada vez mais a medicalização do paciente”, afirmou a assistente social Paula Juliana Foltran.
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De acordo com ela, o espaço funciona como um refúgio, sem necessidade de marcações de horário. “Nós somos um centro de convivência. As pessoas podem vir todos os dias, mesmo que não haja atividade, e utilizar os nossos espaços. Temos salas com computadores, livros e locais para desenvolver arte. Somente para as consultas individuais é necessário agendar com o especialista”, explicou a assistente social.
Os familiares dos pacientes também são recebidos pelas equipes. Esposas, maridos, irmãos, pais e mães são acolhidos pelos grupos destinados exclusivamente aos parentes. Esses têm o objetivo de promover a interação entre quem passa pelas mesmas situações, alinhando expectativas com o tratamento terapêutico, educativo e de reabilitação psicossocial promovido pelo Caps.
