Carnaval é na rua, e a rua é de todos. Proporcionar uma folia na qual todo mundo se sinta confortável e seguro é uma das missões do DF Folia 2025. Na última segunda-feira (3), a região central de Brasília ferveu de tanta gente com os blocos Divinas Tetas e do Amor.
Mais de 50 mil foliões vibraram com o Bloco Divinas Tetas, na última segunda-feira (3) | Fotos: Maria de Aquino/Secec-DF
Quem passou por lá, viu que as palavras de ordem eram respeito e diversidade: pessoas de todas as cores, idades, gêneros e orientação sexual compartilharam o mesmo espaço para celebrar a maior festa de rua do mundo. A festa foi completada pela participação do convidado Alexandre Carlo, vocalista do Natiruts, que cantou vários sucessos do grupo, botando a multidão para cantar em uníssono o reggae que nasceu na capital.
No Museu Nacional da República, o Bloco Divinas Tetas comandou a folia em meio à comemoração dos 10 anos de existência do grupo com mais de 50 mil foliões. No repertório, clássicos da MPB com a levada percussiva que o público já conhece e ama. “Sempre venho, porque gosto da música. Acho tranquilo e seguro”, diz a advogada Rosana Gonçalves, 61 anos. A amiga, Vivian Piveta, 63, estava no Divinas pela primeira vez. “Muito legal e democrático. E tocam muitas músicas que eu gosto. Estou me divertindo muito. É a primeira vez que curto o Carnaval de rua de Brasília”, revela a aposentada.
Rosana Gonçalves levou a amiga Vivian Piveta para conhecer o Carnaval de rua de Brasília
Neste ano, o bloco contou com uma estrutura grandiosa, com um palco geodésico e um sistema de som ainda mais potente que nos anos anteriores, incluindo torres de delay para ampliar o alcance do áudio. Também foi criada uma área PcD elevada e coberta, garantindo mais conforto e acessibilidade. Além disso, estavam de prontidão uma equipe médica equipada, UTIs, mais de 300 banheiros e uma tenda dedicada ao atendimento e acolhimento do público.
“O público viveu uma experiência única, curtindo o repertório tradicional do bloco, repleto de clássicos da Tropicália, e vibrando com as canções do Natiruts, que trouxeram ainda mais energia e alegria para a festa. A recepção foi incrível, e essa edição reforçou o compromisso do Divinas Tetas com a diversidade, a acessibilidade e a celebração coletiva”, comemora a produtora Paula Rios.
Para todos
Diversidade talvez seja a palavra que melhor descreve o Bloco do Amor, também há 10 anos no Carnaval da capital. Cerca de 70 mil pessoas lotaram a Via S2 – ao lado de onde o Divinas Tetas estava acontecendo – e curtiram axé, pop, sertanejo, eletrônico e muito mais por meio de dois trios elétricos.
Bloco do Amor anima o Carnaval de Brasília há 10 anos
“Gosto muito, esse é um dos blocos um dos que mais animam. Me sinto confortável e acolhido e gosto da música”, analisa Morango Araújo, 23, estudante de artes visuais. O namorado, Cris, 22, ia pela primeira vez ao bloco. “Superacessível por ser perto da rodoviária, por isso vem uma maior diversidade de pessoas e me sinto acolhido por causa disso”, observa.
O autônomo Luís Henrique Beserra do Nascimento, 27, e o servidor público Célio Roberto, 54, são vizinhos da mesma rua no Gama. No Bloco do Amor, o encontro foi por acaso. “Primeira vez no bloco, e está massa. A gente gosta é de bagunça e folia”, afirma Luís. Também era a primeira vez de Célio. “Segurança, boa logística, bons banheiros, bons artistas se apresentando e diversidade de pessoas. O bom do bloco é a diversidade sem discriminação”, complementa Célio.
