Antes de chegar às mãos de quem mais precisa, as doações arrecadadas pela Campanha do Agasalho Solidário passam por uma série de cuidados. O processo começa na triagem, com avaliação de cada item, a higienização e a separação para a distribuição. A iniciativa foi idealizada pela primeira-dama Mayara Noronha Rocha e é coordenada pela Chefia-Executiva de Políticas Sociais do Governo do Distrito Federal (GDF).
A campanha anual começou no dia 8 de maio e segue até 17 de julho. Cerca de 4 mil itens foram recebidos até o momento, dos quais uma parte já foi entregue a instituições assistenciais, pessoas em situação de vulnerabilidade social e população em situação de rua, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF), no Sol Nascente, Pôr do Sol, Estrutural e Santa Maria.
“A entrega é só o final de um caminho que começa muito antes, com cuidado, intenção e respeito. Porque solidariedade de verdade não é doar o que sobra, é oferecer como gostaríamos de receber: com afeto, com dignidade, com o coração”, enfatiza Mayara Noronha Rocha.
As peças são avaliadas para checar se estão nas condições adequadas de uso, sem furos, rasgos e com o tecido preservado. Aquelas que chegam limpas e em sacos plásticos, com informação sobre gênero e tamanho, facilitam a triagem e aceleram o trabalho dos servidores.
Já as doações que chegam com manchas e indícios de sujeira são lavados e passados por funcionários da Residência Oficial de Águas Claras (ROAC), e depois são agrupados por categoria. O objetivo é garantir roupas e cobertores quentinhos e cheirosos a quem mais precisa durante os dias frios de outono e inverno.
Nathália Brito, integrante da equipe da campanha, reforça a recomendação de que as peças sejam entregues em sacos plásticos transparentes, com identificação de tamanho e público-alvo. “Quando as roupas não vêm separadas, nós fazemos a triagem, mas é preferível que as pessoas façam isso em casa”, pontua. “Toda a equipe da chefia participa ativamente em tudo, desde a separação entre masculino, feminino e infantil, e daquelas que não estão boas para uso, com furos, rasgos e com o tecido gasto, que são descartadas.”
A funcionária da lavanderia Clarinda Pereira Batista, 68 anos, afirma que as roupas e cobertores são lavados e passados com cuidado e produtos específicos. “Eu tiro as manchas, coloco de molho, depois na máquina, passo, dobro e levo arrumadinho para o pessoal”, esclarece. “É um sentimento muito bom porque, de uma certa forma, eu participo também dessa solidariedade e me sinto feliz em poder contribuir. Uma pessoa que está precisando muito de um agasalho vai receber um limpo e espero que se sinta confortável.”
Como doar?