Brasília é sede de mais de 130 embaixadas, além de consulados e demais organizações internacionais. Esse cenário exige um policiamento especializado, como é o desempenhado pelo Batalhão Barão do Rio Branco (5º BPM) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). A unidade é essencial para garantir a segurança de autoridades e da comunidade estrangeira, cumprindo a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, que estabelece regras para a relação entre países e missões.

O Batalhão Barão do Rio Branco demanda policiais com qualificação específica | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
“Brasília é moradia para mais de 1,5 mil pessoas que trabalham nessas missões e que necessitam de um atendimento diferenciado, muitas vezes em outra língua. O 5º Batalhão está muito bem-preparado, com um comando competente de homens e mulheres capacitados”
Paco Britto, secretário de Relações Internacionais
O secretário de Relações Internacionais, Paco Britto, situa a relevância de um policiamento qualificado para atender entidades estrangeiras: “Brasília é uma das capitais com o maior número de embaixadas no mundo. A cidade é moradia para mais de 1,5 mil pessoas que trabalham nessas missões e que necessitam de um atendimento diferenciado, muitas vezes em outra língua. Nesse sentido, o 5º Batalhão está muito bem-preparado, com um comando competente de homens e mulheres capacitados”.
O Batalhão Barão do Rio Branco conta com 66 policiais bilíngues fluentes em inglês, espanhol, francês e italiano, além de terem conhecimentos básicos em alemão, russo e árabe. O efetivo é caracterizado pelo uso de boina azul em referência aos PeaceKeepers, grupo de segurança das Nações Unidas que trabalha em conjunto para assegurar a paz mundial. O acessório é usado mundialmente e caracteriza a atuação diplomática.
Demandas
“Quando há dúvidas, o policiamento diplomático está sempre disponível para oferecer suporte e garantir que as situações sejam tratadas adequadamente”
Major Anderson Pinheiro, do 5º BPM
Integrante do efetivo do 5º BPM, o major Anderson Pinheiro explica que o conhecimento de outros idiomas facilita o tratamento das demandas.
“Lidamos com situações variadas que envolvem diplomatas e que incluem não apenas questões criminais, mas também demandas de apoio ou dificuldades enfrentadas no dia a dia”, aponta. “Além disso, muitos têm uma rotação média de dois a três anos, o que dificulta o aprendizado do português. Por isso, nossos policiais precisam saber se comunicar em outros idiomas e oferecer um serviço que compreenda as necessidades específicas desses profissionais e respeite suas imunidades”.
Segundo Pinheiro, as imunidades incluem aspectos penais, administrativos e civis. “Por exemplo, as instalações diplomáticas são invioláveis – não podemos entrar em uma embaixada sem autorização do chefe da missão”, assinala. “A peculiaridade está no conhecimento e na aplicação dessas normas específicas. Quando há dúvidas, o policiamento diplomático está sempre disponível para oferecer suporte e garantir que as situações sejam tratadas adequadamente”.
