No centro de referência, Alan recebeu atendimento especializado da equipe de assistentes sociais e psicólogos | Foto: Paulo H Carvalho / Agência Brasília
Aos 42 anos, o brasiliense Alan Moreira trocou a vida nas ruas pela arte. Deixou a marginalidade, a situação de risco diária, para fazer valer a vontade de mudar sua trajetória. Assim como em várias histórias contadas de superação, o artesão Alan renasceu.
E foi pelas mãos do Centro de Referência Especializada em Assistência Social (Creas) de Planaltina, órgão da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes).
Foram quase oito anos em situação de rua, perambulando por Planaltina, Arniqueira, Plano Piloto e até Goiânia. Deixou para trás a família, uma moradia em Planaltina de Goiás. Se envolveu com drogas, álcool, e chegou a ser preso. Um longo período sem perspectivas.
“Passei uma fase na minha vida que não desejo nem pro meu pior inimigo. Vi cada coisa acontecer, conhecidos morrerem no crime. Mas, graças a Deus, isso acabou em 2019”, revela. “O pessoal do serviço de abordagem de rua me ‘encontrou’, fui levado ao Creas. E eles são os responsáveis pela nova vida que levo. Setenta por cento foram eles, e o restante esforço meu”, completa.
No centro de referência, Alan recebeu atendimento especializado da equipe de assistentes sociais e psicólogos. Teve acesso a benefícios socioassistenciais (Bolsa Família, auxílio excepcional, programa Prato Cheio). E, nas consultas, foi estimulado aos poucos a resgatar um dom adormecido: a arte em decoupage. Ele voltou a decorar caixas, porta-joias, telhas e outros objetos.
Cuidados oferecidos pela equipe
“O pessoal tá gostando do material, viu? E na semana que vem vou tirar a carteirinha de artesão e a administração regional vai verificar um ponto pra eu expor”, comemora o rapaz. A equipe do Creas, por sinal, fornece parte do material usado por ele para compor a galeria.
Um cuidado levado adiante por Rosalva Aparecida, gerente da unidade de Planaltina, e os demais servidores. E que, segundo ela, um motivo de alegria enorme. “Não tenho dúvida que o atendimento especializado resgatou a autoestima dele, fez o Alan se reencontrar. Descobrimos que ele poderia retomar o artesanato, algo que sempre amou. Foi uma grande vitória”, alegra-se Rosalva.