Crianças e adolescentes ganharam voz nas etapas preparatórias da 16ª Conferência Distrital de Assistência Social, marcada para os dias 18 e 19 de setembro. Neste ano, eles foram protagonistas e levaram demandas e propostas para fortalecer a política de assistência e os serviços oferecidos às famílias em vulnerabilidade no Distrito Federal.
A Conferência Distrital de Assistência Social ocorre a cada dois anos e reúne trabalhadores da assistência social e governo para avaliar, discutir e aprovar propostas para aprimorar a política. Para promover esse grande encontro distrital, são realizadas previamente conferências livres com diferentes segmentos da população, além de oito conferências regionais, organizadas e divididas por territórios.
A Conferência Regional da Região Sul, que contempla as comunidades do Gama e de Santa Maria, por exemplo, contou com a contribuição de crianças e adolescentes que frequentam o Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (Cecon) Gama Sul, unidade gerida pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF).
“A participação social precisa ser exercitada e constituída desde a infância. Como um exercício de cidadania pedimos que as crianças do Cecon olhassem para o espaço, que também pertence a eles, onde brincam, aprendem e constroem laços de amizade e vínculos. O mais interessante dessa proposta é que não foi meramente uma consulta informal com as crianças, mas um convite para a participação política genuína onde elas puderam assumir uma postura ativa, não apenas como observadoras, mas também como propositoras e se afirmaram como atores sociais competentes e capazes, que podem interferir no cotidiano”, destaca a chefe do Cecon Gama Sul, Flávia Mendes.
A equipe do Cecon Gama Sul gravou um vídeo com as demandas das crianças, que foi veiculado na Conferência Regional de Assistência Social da Região Sul, no último dia 22. “A gravação do vídeo foi acompanhada de uma conversa explicando o que é uma política pública, o que chega na ponta para essas crianças, de quem é a responsabilidade, quais atores sociais podem resolver as demandas que elas trazem. Com isso, elas percebem que a política pública e a participação social acontece ali, no cotidiano delas”, complementou.
“A voz dessas crianças é um ato de participação social. Elas nos lembram que o cuidado com o espaço público é um reflexo do cuidado com as pessoas que o utilizam”, explica o educador social do Cecon Gama Sul, Laércio Nicolau. Participaram da atividade cerca de 20 crianças e adolescentes atendidos na unidade, com idades entre 6 e 11 anos.