O Carnaval, assim como a cultura em geral, está em constante transformação. Novos ritmos, danças, lugares e artistas tornam as experiências de cada ano únicas. No entanto, existem aquelas manifestações que não podem faltar, que construíram o Carnaval e o transformaram no símbolo da identidade nacional.
Em Brasília, alguns blocos cumprem a missão de trazer maracatu, frevo, cavalo-marinho, coco, ciranda, samba pisado – ritmo criado pelo grupo Seu Estrelo – e outros gêneros tradicionais do vasto universo musical brasileiro para o meio da brincadeira.
A diversidade do Carnaval no DF é celebrada pelo secretário de Cultura e Economia Criativa do DF, Claudio Abrantes: “Aqui, o frevo se mistura ao samba, o axé encontra o maracatu, e a nova cena cultural dialoga com os blocos mais tradicionais, criando uma folia vibrante e cheia de identidade” | Foto: Maria de Aquino/Secec
No domingo (2), o Bloco da Tesourinha celebrou o centenário do frevo, gênero que é cultuado pelo bloco desde a sua fundação, em 2007. Uma das atrações foi a Orquestra Popular Marafreboi, comandada pelo maestro Fabiano Medeiros, pernambucano que participa do Carnaval de Brasília há três décadas, também como instrumentista.
“A recepção do público é sempre muito positiva e há uma convivência intergeracional maravilhosa”
Fabiano Medeiros, maestro da Orquestra Popular Marafreboi
“A cidade tem uma conexão muito grande com a cultura nordestina. Trazer essa tradição é penetrar ainda mais na identidade cultural da cidade, mexer com as suas raízes, seus primeiros candangos. E esses gêneros são diretamente ligados ao Carnaval”, assinala o maestro.
O Marafreboi conta, no seu repertório, com ritmos como maracatu, frevo, bumba-meu-boi, xote, baião, ciranda, tambor-de-crioula e cavalo-marinho. “A recepção do público é sempre muito positiva e há uma convivência intergeracional maravilhosa. Sempre vejo com encantamento os foliões acompanhando a orquestra no chão, que é uma coisa que só existe no Brasil dessa forma”, complementa.
Juliana Torres se divertiu com a filha Júlia no Bloco da Tesourinha: “Eu adoro nossas raízes nordestinas nesses ritmos. Passar essa cultura para as crianças é fundamental”
No início da noite, a Marafreboi teve um encontro, no palco, com a Orquestra Alada Trovão da Mata, que tomou conta da festa até pouco antes do encerramento do bloco. A orquestra é uma manifestação genuinamente candanga. Em seu batuque, o pulso que rege é a batida do Samba Pisado, ritmo cerratense criado e tocado pelo grupo Fuá do Seu Estrelo (DF), inscrito no Patrimônio Cultural Imaterial do DF. De acordo com a organização, cerca de 15,5 mil foliões passaram pelo Tesourinha ao longo do dia.
O secretário de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, Claudio Abrantes, enfatiza que o DF Folia 2025 é um grande encontro de gerações e tradições que fazem do nosso Carnaval uma festa única. “Aqui, o frevo se mistura ao samba, o axé encontra o maracatu, e a nova cena cultural dialoga com os blocos mais tradicionais, criando uma folia vibrante e cheia de identidade”, destaca Abrantes.