Agosto é um mês de luta, conscientização e resistência no enfrentamento à violência contra a mulher. Instituído em homenagem à Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006, o Agosto Lilás se tornou símbolo da mobilização por respeito, segurança e igualdade. No Distrito Federal, a campanha ganha força com ações coordenadas pela Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), que, ao longo do mês, intensifica atividades de prevenção, acolhimento e diálogo com a população.
“As mulheres precisam se sentir seguras e amparadas em qualquer ambiente. O Agosto Lilás é um mês de luta, mas esse trabalho é diário e permanente. A Sejus está comprometida em promover políticas públicas que salvam vidas, transformam realidades e garantem direitos”, afirma a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani.
Entre os principais destaques está o Protocolo Por Todas Elas, instituído em novembro de 2023, que define diretrizes para prevenir e coibir a violência de gênero em bares, casas noturnas, eventos culturais e esportivos. O protocolo já capacitou mais de 400 profissionais em locais como Arena BRB, ParkShopping, Capital Moto Week, Mané Mercado, Na Praia e festas de carnaval. Os estabelecimentos que cumprem os critérios recebem o Selo Por Todas Elas, com validade de um ano.
“Antes eu não tinha ideia de como agir em uma situação de assédio. Depois do treinamento, me senti mais preparada e segura para acolher uma mulher e buscar ajuda de forma correta”, conta Beatriz Paulinho da Silva, 26 anos, garçonete no Complexo Mané Mercado.
Escuta e conscientização entre os homens
Outro projeto que tem ganhado destaque é o “Conversa com Eles: Valorização da mulher e combate à violência doméstica”, voltado ao público masculino. A proposta é promover rodas de conversa com homens em canteiros de obras, empresas e instituições públicas, despertando reflexão sobre atitudes, masculinidades e responsabilidade coletiva.
Desde abril de 2024, o projeto já alcançou mais de 1.500 homens, sendo mais de 640 somente em 2025. A ação é fruto de parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF (Sinduscon-DF) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-DF) e tem execução da Sejus.
"A gente cresce ouvindo piadas e vendo coisas erradas como se fossem normais. Depois da conversa, comecei a perceber que o respeito tem que vir em todas as situações: em casa, no trabalho, na rua”, relata Diego Bráulio da Silva, 38 anos, eletricista.
Atendimento e fortalecimento