27/06/2025 às 19h04 - Atualizado em 30/06/2025 às 18h39

Projeto Raízes do Amanhã promove uso sustentável de espécies nativas do Cerrado em Brasília

Iniciativa capacita pequenos produtores e fortalece economia local com base na biodiversidade

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Agências Brasília* | Edição: Vinicius Nader

O potencial econômico e ambiental da flora nativa do Cerrado ganhou destaque em uma ação do projeto Raízes do Amanhã: Espécies Nativas de Valor Econômico, nesta sexta-feira (27), na 115 Norte. A iniciativa do Instituto Desponta Brasil capacita pequenos produtores rurais, comunidades e estudantes para o manejo e cultivo dessas espécies, com o objetivo de diversificar a produção agrícola e gerar renda no Distrito Federal.

O objetivo principal do Raízes do Amanhã é fomentar o uso sustentável da vasta biodiversidade brasileira como uma alternativa estratégica para a agricultura e o desenvolvimento de novos negócios. A proposta busca fortalecer a segurança alimentar e promover a resiliência do setor produtivo frente aos desafios das mudanças climáticas.

Além da preservação ambiental, o Raízes do Amanhã fortalece a segurança alimentar e o setor produtivo | Foto: Divulgação/Sema-DF

“O projeto Raízes do Amanhã nasceu com o objetivo de aproximar todos os estudos do Brasil de suas regiões administrativas, especialmente no Cerrado. É a divulgação de um projeto que se baseia em mais de 40 anos de pesquisas e saberes acumulados sobre nossa flora nativa”, afirmou Kadmo Côrtes, diretor responsável pelo projeto e presidente do Instituto Desponta Brasil, ressaltando a base de conhecimento que sustenta a iniciativa.

O secretário do Meio Ambiente do DF, Gutemberg Gomes, destacou a importância da participação comunitária e o impacto econômico do projeto. “Este projeto é de extrema importância, mostrando a riqueza do Cerrado, com palestras e encontros com agricultores familiares. Ele vai ao encontro da agenda ambiental do Distrito Federal, gerando tanto o aproveitamento de espécies regionais quanto um ganho financeiro direto para pequenos produtores e agricultores, aumentando a renda individual e coletiva do DF”, detalhou.

O projeto oferecerá uma série de oficinas de capacitação e atividades formativas com foco na agricultura sustentável

A iniciativa está alinhada com os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), contribuindo para o ODS 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável), ODS 13 (Ação contra a Mudança Climática Global) e ODS 15 (Vida Terrestre). Essas metas globais enfatizam a promoção de práticas agrícolas sustentáveis, a adaptação climática e a conservação da vida terrestre, pilares do projeto.

Para Lídio Coradin, coordenador da iniciativa Plantas para o Futuro, o projeto Raízes do Amanhã é um passo crucial para o futuro do país. Ele defende que o verdadeiro valor das espécies nativas vai muito além da mera preservação.

“Nosso país tem um tesouro ainda subutilizado em sua flora nativa, com um potencial imenso para a alimentação, saúde e economia”, afirma Coradin. “Após anos de pesquisa, reafirmo que essas espécies são uma chave estratégica para a segurança alimentar e a resiliência climática do Brasil. O grande desafio, e o que projetos como o Raízes do Amanhã e o Plantas para o Futuro buscam, é conectar todo esse conhecimento científico com as mãos de quem cultiva, para que esse legado biológico se traduza em prosperidade para todos.”

Como parte das atividades, o Raízes do Amanhã oferecerá uma série de oficinas de capacitação e atividades formativas com foco na agricultura sustentável, recuperação de áreas degradadas e criação de produtos derivados das nossas plantas nativas. As aulas estão programadas para ocorrer em locais como a Embrapa Hortaliças, a Universidade do Distrito Federal (UnDF) e Fazenda Malunga, com cronograma que se estende de 2 de junho até 8 de outubro de 2025.

*Com informações da Sema-DF