01/10/2025 às 16h51 - Atualizado em 01/10/2025 às 22h46

Encontro traça estratégias em assistência de saúde mental a crianças e adolescentes em Brazlândia

Órgãos públicos e instituições do terceiro setor dialogam e discutem estratégias para garantir atendimento

Por

Agência Brasília* | Edição: Paulo Soares

Representantes de instituições públicas e do terceiro setor com atuação em Brazlândia se encontraram, nessa terça-feira (30), para traçar estratégias de assistência à saúde mental a crianças e adolescentes. Promovido pelo Centro de Atenção Psicossocial (Caps) da região, a conversa abordou temas como fluxos de pacientes e otimização da rede de cuidados. 

"A questão da saúde mental vem aumentando de maneira avassaladora e percebemos a importância dessa rede de atendimento direcionada. Nesse cenário, o Caps é fundamental para a comunidade. Portanto, o diálogo sobre responsabilidade compartilhada é muito importante", opina o conselheiro tutelar Paulo Humberto de Almeida.

Também havia representação de escolas, do centro olímpico, do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), instituições religiosas e organizações não governamentais. 

Encontro reuniu representantes de instituições públicas e da sociedade que atuam em Brazlândia | Fotos: Matheus Oliveira/Agência Saúde DF

"A ideia é juntar a rede, se aproximar e tentar construir a saúde mental em todos os âmbitos, tanto na escola, na unidade de saúde, nas instituições parceiras", explica a gerente do Caps de Brazlândia, Andrea Fontenele. A gestora lembra que ainda há o foco em resolver as demandas na própria Região Administrativa, que conta com um hospital, uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e nove Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

"As UBSs são a principal porta de entrada e a UPA e o hospital formam uma retaguarda importante. Procuramos articular o máximo possível a rede para evitar encaminhamentos. Pelo perfil da população daqui, sabemos que para eles é difícil ir", explica.

Diálogo e fluxo

A gerente da UBS 1 de Brazlândia, Jaqueline Oliveira, afirma que é preciso que o paciente transite de forma tranquila e adequada entre as redes de atendimento. Para que isso ocorra, é necessário, de acordo com a gestora, diálogo. "Dessa forma, conseguimos entender o papel do outro serviço, sendo esta a melhor forma de referenciar um paciente de maneira segura e eficaz", diz.

Segundo a profissional, a unidade de Brazlândia realiza, em média, cerca de 300 atendimentos diários. Desses, seis a oito são feitos na área de saúde mental. "Às vezes, uma consulta na qual a pessoa procura por um preventivo pode se tornar uma sobre o bem-estar psíquico daquele paciente", conta Oliveira.

Troca de experiências permitiu conhecer a complementariedade de ações das organizações que atuam direta ou indiretamente com a temática da saúde mental

Durante o encontro, os participantes tiveram a oportunidade de compartilhar experiências. Servidores da Secretaria de Saúde (SES-DF) também puderam apresentar como funciona a rede de atendimento e os serviços ofertados no Sistema Único de Saúde (SUS). 

Em comum, estava o entendimento de que as instituições podem unir esforços, tanto na oferta de tratamento de saúde mental quanto na promoção do bem-estar infantojuvenil. "O adoecimento é multifatorial e a promoção à saúde, também. O Caps, por exemplo, promove esse cuidado, faz o acolhimento e acompanhamento terapêutico e medicamentoso, mas a criança, muitas vezes, está com a rede familiar fragilizada. Então precisa do Conselho Tutelar ou outros setores", exemplifica a terapeuta ocupacional Polyanna Monteiro, do Caps de Brazlândia.

*Com informações da Secretaria de Saúde