Com objetivo de melhorar as condições do Complexo da Rodoviária do Plano Piloto, por onde circulam 650 mil pessoas por dia, o Governo do Distrito Federal (GDF) propôs o processo de concessão da gestão do espaço público por meio da parceria público-privada (PPP). O Projeto de Lei nº 2260/2021 autoriza a prestação do serviço no bem público, que inclui reforma, recuperação, ampliação, gestão, operação e exploração da Rodoviária do Plano Piloto e da Galeria dos Estados pelo período de 20 anos.
Com a gestão da rodoviária pelo governo, as soluções para as questões sociais são mais demoradas, e as obras passam por tramitação mais lenta devido à necessidade de contratos específicos | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília
A proposta do Executivo passou pelo crivo do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e está em tramitação na Câmara Legislativa (CLDF). Em 5 de dezembro, ela foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e seguiu para apreciação dos distritais.
Para esclarecer dúvidas em relação ao projeto, a Agência Brasília preparou perguntas e respostas sobre o tema. Vale lembrar que, por estar em debate na CLDF, o projeto pode sofrer alterações dos parlamentares em alguns pontos antes da aprovação.
A Rodoviária do Plano Piloto será privatizada?
Não. O governo está concedendo a gestão do complexo da Rodoviária do Plano Piloto, incluindo sua recuperação, modernização, conservação e exploração, pelo período de 20 anos. Todas as obras, serviços e ações da concessionária deverão passar previamente por análise e autorização dos órgãos competentes do GDF, inclusive com fiscalização da Semob.
Qual a vantagem de conceder a Rodoviária do Plano Piloto ao setor privado?
Dar mais eficiência, dinamismo e segurança às cerca de 650 mil pessoas que transitam por lá diariamente. Com a gestão da rodoviária pelo governo, as soluções para as questões sociais são mais demoradas, e as obras passam por tramitação mais lenta devido à necessidade de contratos específicos. A iniciativa privada tem mais celeridade em todos esses processos, garantindo a preservação contínua do espaço, que é o ponto mais importante dos modais do transporte público do DF.
A concessão não impedirá a liberdade e o direito de ir e vir do cidadão
Quais são as principais melhorias propostas pelo projeto de concessão?
Os investimentos serão imediatos. O primeiro é na estrutura da rodoviária, com a modernização do espaço, a reorganização das lojas, a reforma das baias para chegada e saída dos ônibus e a criação do terminal e das baias do BRT (Bus Rapid Transit). A Rodoviária terá um espaço adequado e seguro para a circulação dos passageiros e usuários do terminal.
Haverá algum custo a mais para população? As passagens de ônibus irão aumentar devido à concessão?
Não haverá nenhum custo ao bolso do usuário. Como o governo utiliza a tarifa técnica – que é o subsídio do valor do custo do sistema -, caso haja necessidade de revisão devido à taxa de acostagem (valor pago à futura concessionária a cada partida de ônibus) a ser paga pelas empresas de ônibus, será feita a modulação da tarifa técnica paga pelo GDF para custear. Evitando, assim, o aumento da passagem para o usuário do transporte público.
O DF vai pagar pela tarifa de acostagem dos ônibus do DF e do Entorno?
Hoje, as empresas de ônibus não pagam tarifa de acostagem ao GDF. Com a concessão, a taxa começará a ser cobrada. A responsabilidade pelo pagamento é das empresas. O governo e as empresas poderão negociar a forma de pagamento, porém o projeto de concessão não inclui a negociação. As empresas de transporte do Entorno também terão de pagar a tarifa de acostagem e o governo do DF não assumirá os custos.
