Oferecer um lar seguro e repleto de carinho e atenção a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade é o convite do programa Família Acolhedora, instituído por este Governo do Distrito Federal (GDF) para oferecer segurança e acolhimento a meninos e meninas afastados do convívio familiar por decisão judicial. A iniciativa é coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF) em parceria com o Grupo Aconchego.
“Esse afeto, esse convívio familiar, vai fazer diferença no desenvolvimento e crescimento de cada uma”
Ana Paula Marra, secretária de Desenvolvimento Social
Com cerca de 260 crianças e adolescentes atendidos desde 2019, o programa, atualmente, tem 101 famílias habilitadas para receber os pequenos. Desde a implementação, foram destinados cerca de R$ 16 milhões à manutenção da política pública, que prevê acompanhamento integral às famílias acolhedoras, incluindo apoio psicológico, social e pedagógico.
“Se eu pudesse definir o programa com uma palavra, diria que é afeto”, aponta a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra. “São famílias que vão acolher, com muito amor e carinho e, ainda que temporariamente, esses bebês, essas crianças que tiveram seus direitos violados ou ameaçados e que são afastadas do convívio com os pais devido a uma medida judicial. E esse afeto, esse convívio familiar, vai fazer diferença no desenvolvimento e crescimento de cada uma.”
O serviço é uma medida protetiva prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em casos de ameaças ou violações de direitos, tanto por ação ou omissão do Estado dos pais ou responsáveis quanto pela própria conduta. Diferentemente da adoção, tem caráter provisório e excepcional, devendo visar à reintegração familiar ou, em último caso, o encaminhamento para família substituta.
Segurança e cuidado
O bancário Alvanir Alves, 47 anos, e seu esposo, o bacharel em direito Ricardo Fabrício, 30, foram habilitados para a iniciativa em fevereiro e, em junho, receberam o pequeno Pedro, 6. Desde então, a rotina do casal morador de Arniqueira mudou: os dois passaram a trabalhar de casa com maior frequência e incluíram os compromissos do garoto no dia a dia. “O objetivo do programa é reintegrar a criança à família de origem ou encaminhá-la para o sistema de adoção, e o nosso trabalho é dar uma experiência de vida familiar para ele no período de transição”, afirma Alvanir. “É uma mudança grande, mas prazerosa”.
Segundo ele, o menino, que nunca tinha frequentado a escola, hoje divide o tempo para estudar, brincar e se exercitar. “É gratificante ver o quanto ele tem evoluído”, reforça. “Já consegue formar palavras, e quase chorei porque ele conseguiu ler uma frase inteira. Parece simples, mas é incrível ver o quanto estamos contribuindo com a vida dele”.