Quatro filhotes de quati foram resgatados no Parque Nacional pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Os pequenos silvestres foram encontrados no chão durante um serviço de poda preventiva, que é realizada na região no período de início das chuvas. Sozinhos, desidratados e hipotérmicos, os quatis foram levados ao Hospital e Centro de Reabilitação da Fauna Silvestre (Hfaus), onde estão recebendo cuidados veterinários completos, tratamento para desidratação e uma dieta especial preparada por um zootecnista.

Filhotes de quati são atendidos no Hfaus, após serem encontrados durante um serviço de poda preventiva no Parque Nacional | Fotos: Matheus H. Souza/Agência Brasília
A equipe monitora de perto o peso e progresso diário dos filhotes, garantindo uma recuperação saudável. De acordo com o biólogo responsável pelo manejo dos animais na instituição do Governo do Distrito Federal (GDF), Thiago Marques, os animais receberam cuidados neonatais e antibióticos e já estão bem melhores.
“Toda a equipe cuida deles 24h por dia, e os filhotes comem a cada três horas. Eles estão bonitinhos, crescendo bem, e ontem foi o primeiro dia em que dois deles já consumiram o alimento sólido, o que é muito bom. O próximo passo é acompanhar o desenvolvimento, e, assim que eles começarem a se alimentar sozinhos e sem o auxílio de mamadeira ou seringa, serão encaminhados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), onde será definida a destinação deles”, detalha o biólogo.
Época de reprodução
“Se os escorpiões, baratas e insetos estão se multiplicando, é porque coincide com o aumento dos mamíferos que se alimentam desses animais. E, se a gente tira o predador, a presa se torna um problema para a gente”, alerta o biólogo Thiago Marques
Como o início das chuvas coincide com o período de reprodução dos animais, principalmente no Cerrado, muitos filhotes chegam à unidade vítimas de abandono ou separação da família durante a migração – que é impactada pelo aumento das áreas degradadas.
Os animais silvestres não devem ser tratados por civis. O ideal é sempre observar se o animal está em uma condição ruim e acionar os órgãos públicos ambientais, que atuam na linha de frente com apoio do Batalhão de Policiamento Ambiental (BPMA), por meio do telefone 190, ou o Corpo de Bombeiros Militar do DF, pelo telefone 193
Entre setembro e outubro deste ano, a unidade chegou a receber 316 saruês e 146 periquitos-de-encontro-amarelo, além de 20 papagaios. “É normal cair um filhote da árvore nas casas – muitos ninhos estão nos telhados -, ou algum animal se movimentar da toca e parar nas residências”, explica Thiago.

