Quem acha que os pets são apenas de estimação, se engana. Com direito a identificação na coleira, os mascotes dos órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF) ajudam a farejar fugitivos e até a combater incêndios. Conheça a história de três animaizinhos que ganharam o coração dos funcionários e acompanham os profissionais no dia a dia de trabalho.
Fumaça, a gatinha bombeira
“Quando a gente está à paisana, não é a mesma coisa. Parece que ela tem uma afeição pelo uniforme”, afirma a bombeira Kamila Fernandes sobre a gatinha Fumaça, que tem cerca de 12 anos | Foto: Paulo H.Carvalho/Agência Brasília
No 15º Grupamento do Corpo de Bombeiros Militar do DF, que fica na Asa Sul, vive uma gatinha diferente das outras felinas que se vê por aí. Segundo a soldado Kamila Fernandes, integrante do quartel, a gata parece ficar mais à vontade quando vê a farda laranja.
“Quando a gente está à paisana não é a mesma coisa. Parece que ela tem uma afeição pelo uniforme”, afirma a bombeira. Além disso, a felina é bem educadinha. Quando toca o sinal da emergência, algumas vezes os bombeiros têm que largar a refeição na metade e correr para atender o chamado. E a gatinha não toca na comida de ninguém.
[Olho texto=”“Quando eu cheguei na secretaria, o fogo já estava bem grande, no teto. Foi quando chamei o restante da equipe e conseguimos debelar o incêndio. Mas foi ela que me chamou”” assinatura=”Flávio Queiroz Damasceno, segundo-sargento” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
O nome, além de combinar com sua pelagem cinza, também remete ao trabalho dos bombeiros. Fumaça, a gatinha adotada pelo grupamento há cerca de dez anos, morava na 316 Sul e fugia do prédio para ficar no quartel dos bombeiros.
De acordo com o subtenente Júnio Gomes, por duas ou três vezes o antigo dono foi buscá-la, mas ela fugia novamente. Então, foi feita uma proposta aos bombeiros para ficarem com a gatinha. A companhia agradável fez a diferença e a proposta foi aceita. Desde então a felina se adaptou bem ao quartel.
Fumaça participa até das rotinas militares, como por exemplo todo Pavilhão Nacional (hasteamento da bandeira), às 8h e às 18h. “Ela é a primeira a chegar para participar do evento, porque ela é militar e bombeira, essa aí não tem como dizer que não é”, brinca o bombeiro.
“Ela sempre teve esse instinto animal de defesa do quartel. É nossa mascote e nós somos muito felizes com ela, é todo mundo apaixonado”, diz o subtenente Júnio Gomes
O bombeiro lembra que a mascote inclusive já ajudou a extinguir um incêndio que não estava sendo visto pelos militares que estavam no quartel, por ter iniciado dentro da secretaria que estava fechada e fora do horário de expediente.
Foi para o segundo-sargento Flávio Queiroz Damasceno que a gatinha correu para avisar do incêndio que se alastrava no quartel, em 2018. Ele estava de serviço à noite, quando Fumaça chegou inquieta, por volta de 1h da manhã.
“Ela estava com a gente há três anos. Percebi que ela não ficava quietinha, como normalmente. Ela ficava miando, como se estivesse me chamando pra alguma coisa. Aí eu perguntava ‘o que foi, Fumaça?’ e ela não vinha, ficava sempre querendo sair e descer a escada”, recorda o bombeiro.
Quando o sargento percebeu que talvez fosse alguma coisa, começou a seguir a gata. Ele desceu a escada atrás dela, que foi em direção ao incêndio que estava tendo dentro da secretaria – um modem no teto havia começado a pegar fogo. “Quando eu cheguei na secretaria, o fogo já estava bem grande, no teto. Foi quando chamei o restante da equipe e conseguimos debelar o incêndio. Mas foi ela que me chamou”, relata.
Por volta de seus 12 anos de idade, Fumaça é a xodó do quartel. O subtenente Júnio Gomes explica que a gatinha sempre foi muito ativa e até uns anos atrás pegava cobra, calango e não deixava nenhum animal rasteiro entrar na unidade. “Ela sempre teve esse instinto animal de defesa do quartel. É nossa mascote e nós somos muito felizes com ela, é todo mundo apaixonado”, declara o subtenente.
Sherlock, o cão detetive
“Ele é muito forte. Depois que pega o cheiro que deve seguir, já era, ele não para nunca”, afirma a segundo-tenente Julie Ane dos Santos sobre Sherlock | Fotos: Divulgação/PMDF
Criado há 54 anos, o Batalhão de Policiamento com Cães (BPCães) está constantemente se atualizando e uma das técnicas utilizadas é a busca e captura por odor específico para rastreamento de pessoas em fuga da justiça. A iniciativa foi uma resposta à necessidade da aptidão durante a perseguição ao criminoso Lázaro Barbosa no Entorno do DF, em junho de 2021, após a fuga dele de Ceilândia.
Entre as raças empregadas nessa modalidade, a Polícia Militar tem o bloodhound, que é muito utilizado para farejar animais feridos ou pessoas desaparecidas. Em outubro de 2021, uma equipe do batalhão foi até ao Centro de Treinamento Vale dos Cães, em Jaraguá do Sul (SC), para aprender o método e buscar dois cães da raça.
