Cerca de 40 funcionários terceirizados da área de segurança e policiais legislativos do Senado Federal participaram, nesta terça-feira (26), do curso Letramento Racial, um projeto da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF) que leva aos órgãos públicos informações sobre a origem e as práticas de racismo ainda presentes na sociedade. Durante o curso, foi lançada, em parceria com o Senado, uma cartilha sobre equidade racial. O Letramento Racial no Senado prevê a capacitação de um total de 400 funcionários.
Funcionários terceirizados da área de segurança e policiais legislativos do Senado Federal participaram do curso Letramento Racial, oferecido nesta terça (26) pela Secretaria de Justiça e Cidadania | Fotos: Jhonatan Vieira/Sejus-DF
Desenvolvido pela subsecretaria de Direitos Humanos e Igualdade Racial (Subdhir), da Sejus-DF, o Letramento Racial faz parte de uma extensa agenda de capacitação para que as pessoas entendam o que é, como combater e como se manifesta o racismo estrutural e institucional no país.
A aula foi ministrada por Marina Morenna, professora da rede pública de ensino do DF e especialista em políticas públicas em gênero e raça. Sua apresentação abordou temas como as leis segregacionistas que proibiam aos negros o acesso à educação e o acesso a terras, adotadas em meados de 1830. Sessenta anos depois, outra medida foi instituída, a lei dos Vadios e Capoeiras, que considerava crime a prática da capoeira e do candomblé.
Marina citou essas leis para mostrar como a população negra foi literalmente excluída da sociedade, e apontou que essa exclusão se verifica de maneira sutil nos dias atuais. “Por isso temos de lutar pela redução das desigualdades raciais, todas elas. Tivemos leis positivas, como a das cotas, que completará dez anos, mas precisamos de mais ações afirmativas, inclusivas e reparadoras”, defendeu.