Empenhado em zerar os casos de violência contra a mulher, o Governo do Distrito Federal (GDF) vai mapear, de forma mais ampla e detalhada, os dados de ocorrências desse tipo.
No cenário nacional, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2023, o país registrou 1.463 feminicídios, uma média de um a cada seis horas. A ocorrência ocorre quando o assassinato é motivado ou possibilitado pelo simples fato de a vítima ser uma mulher. No DF, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), a capital registrou, no mesmo período, 34 feminicídios.
Para reverter esse cenário e diminuir o registro de ocorrências de violência contra as mulheres, o Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) vai realizar, a pedido da vice-governadora Celina Leão e da Secretaria da Mulher do DF, a pesquisa “Panorama da Violência Contra a Mulher no DF”.

No levantamento, será investigado, por exemplo, quem são as vítimas de violência em Brasília | Fotos: Tony Oliveira/Agência Brasília
No levantamento, será investigado, por exemplo, quem são as vítimas de violência em Brasília; seus perfis sociodemográficos; se têm filhos; se romperam ou não algum relacionamento. Também será examinado o perfil dos agressores das mulheres; os locais onde a violência ocorre; e a percepção da população sobre a evolução dos casos de violência contra as mulheres ao longo do tempo.
“Com os resultados desse estudo pioneiro no DF teremos subsídios robustos para planejar e executar políticas públicas ainda mais efetivas, que combatam à violência e protejam as nossas mulheres. Conhecer tanto o perfil das vítimas como dos agressores é fundamental para enfrentarmos esse grave problema social”, destaca a vice-governadora Celina Leão.
A expectativa é que os resultados da pesquisa apoiem o aprimoramento e a criação de políticas públicas, e campanhas educacionais, como:
– guiar a ação do governo, das empresas e da sociedade civil na definição de soluções que garantam a vida e a segurança das mulheres;
– identificar ações consideradas relevantes para o enfrentamento da violência contra as mulheres;
– identificar se existem gargalos no processo de atendimento e acolhimento às mulheres vítimas de violência;
– identificar o perfil das vítimas e dos agressores, e apoiar a definição de prioridades das políticas do governo.
Segundo a diretora de Estudos e Políticas Sociais do IPEDF, Marcela Machado, com a pesquisa, será possível colher uma amostra representativa de toda a população do DF e das regiões administrativas de maneira desagregada.
Para a diretora de Estudos e Políticas Sociais do IPEDF, Marcela Machado, com a pesquisa, será possível colher uma amostra representativa de toda a população do DF e das regiões administrativas de maneira desagregada
“Nós sabemos que existe o registro de muitos feminicídios, mas nós só temos os números depois que essa violência ocorre. Essa pesquisa será realizada no sentido de entender como a população do DF percebe a violência contra a mulher. Se nós sabemos como as pessoas entendem a violência; o que eles sabem ou não o que é violência, nós conseguimos direcionar as políticas, as ações para combater essa violência de uma maneira mais pontual”, explica a diretora do IPEDF.
