Antes de atravessar a rua, você sempre olha para os dois lados, certo? Avalia se há carros vindo, observa a velocidade dos veículos e verifica se há um semáforo ou faixa de pedestres por perto. Essa análise ajuda a evitar acidentes e garantir uma travessia segura. Na administração pública, o conceito é semelhante: é preciso identificar possíveis problemas antes que aconteçam, avaliar os impactos e agir para evitar prejuízos. Esse processo é chamado de gestão de riscos.
A Controladoria-Geral do Distrito Federal (CGDF) tem impulsionado essa transformação dentro do governo local e compartilhado sua experiência com outros estados. Atualmente, 66 instituições, representando cerca de 60% dos órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF), já passaram por consultorias ou estão em processo de implementação, consolidando a gestão de riscos como um pilar fundamental para a modernização da administração pública.
Atualmente, 66 instituições do Governo do Distrito Federal já passaram por consultorias de gestão de riscos ou estão em processo de implementação | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília
“A gestão de riscos permite que os órgãos públicos se antecipem aos problemas, evitando retrabalho e garantindo decisões mais acertadas. Quanto mais bem-estruturado for esse processo, mais eficiente será o uso dos recursos públicos”, destaca Robson Gama, coordenador de Auditoria de Riscos e Integridade da CGDF.
E a inovação extrapola as fronteiras do DF. Controladorias e órgãos públicos de 12 unidades da Federação, além de instituições da esfera federal, estão envolvidas em ações de benchmarking para troca de experiências, apresentação de sistemas e consultorias em gestão de riscos e programas de integridade. Participam representantes das regiões Norte (Pará e Amazonas), Nordeste (Piauí, Ceará, Bahia e Sergipe), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal) e Sudeste (São Paulo e Rio de Janeiro), além do Ministério da Defesa e do Tribunal de Contas da União.
A adoção da gestão de riscos representa um avanço significativo na governança e na transparência do setor público. O controlador-geral do DF, Daniel Lima, lembra que essa metodologia moderniza a administração pública e fortalece os mecanismos de controle. “A iniciativa reforça a importância da integração entre os entes federativos para o avanço de políticas públicas voltadas à integridade e ao controle interno, essenciais para o combate à corrupção e o aprimoramento da gestão pública em todo o Brasil”, explica. O objetivo é agregar valor à gestão, aperfeiçoar controles internos e combater irregularidades.