Começou nesta quinta-feira (5), na Escola Nacional de Administração Pública (Enap), o Seminário Nacional do Programa Saúde na Escola (PSE). O evento segue até sexta (6), reunindo representantes de governos estaduais e municipais, além de educadores, profissionais de saúde, pesquisadores e parceiros institucionais, para debater estratégias que unam saúde e educação em prol da formação integral dos estudantes.
Seminário ocorre na quinta e na sexta, debatendo estratégias que unem saúde e educação em prol da formação integral dos estudantes | Fotos: Mary Leal/SEEDF
A parceria entre o governo federal e a Secretaria de Educação (SEEDF) é fundamental para a implementação do PSE. A diretora de Atendimento e Apoio à Saúde do Estudante da pasta, Larisse Cavalcante, explica que o programa é uma política que busca desenvolver ações de promoção e prevenção em saúde. “Articulamos as iniciativas planejadas no nível federal para serem executadas em nossas escolas, em parceria com a Secretaria de Saúde e outros órgãos por meio do grupo intersetorial”, detalha.
No contexto distrital, a SEEDF desenvolve políticas específicas, como a atenção psicossocial e o combate ao bullying, alinhadas às diretrizes do PSE. Larisse destaca que essas ações são realizadas de forma personalizada, respeitando as particularidades de cada instituição de ensino. “Temos o programa de saúde mental dos estudantes, que busca articular iniciativas com o Programa Saúde na Rede (PSR), além de projetos customizados para convivência pacífica e valorização das ações dos orientadores educacionais e equipes de apoio, como psicólogos e pedagogos”, afirma.
O primeiro dia do seminário contou com mesas-redondas que abordaram temas como mobilização social, cidadania, protagonismo juvenil e educação permanente
Parcerias
A SEEDF tem se destacado nacionalmente na área de saúde mental nas escolas, segundo Bruno Ziller, gerente de projetos do Instituto Cactus, ONG especializada na promoção da saúde mental. Presente ao seminário, ele elogiou o pioneirismo do DF na implementação de programas alinhados à lei nº 14.819, que estabeleceu, em 2023, a Política Nacional de Atenção Psicossocial nas Comunidades Escolares. “O Distrito Federal já tinha, antes mesmo da aprovação da lei, diretrizes que atendiam a essa necessidade. Foi um dos primeiros com um programa robusto de saúde mental, abrangendo desde a educação infantil até o ensino médio”, aponta.
A experiência do DF motivou o Instituto Cactus a incluir o programa da secretaria em um mapeamento nacional de iniciativas de destaque. Ziller ressalta o potencial inspirador do modelo do Distrito Federal. “Esse programa amplo e estruturado pode servir de referência para outras secretarias estaduais que desejam implementar políticas de saúde mental para crianças e adolescentes”, observa. O Instituto Cactus já publicou um relatório detalhado com entrevistas de gestores de 11 redes de ensino público, incluindo a experiência do DF, para promover o intercâmbio de boas práticas na área.