Plantar e colher literalmente os frutos do próprio trabalho. É essa a sensação de quem participa do projeto de horta terapêutica desenvolvido no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Ceilândia. A proposta é fortalecer os vínculos sociais e comunitários de pessoas em situação de rua, criando autonomia, pertencimento e autoestima para elas.
Para Rômulo Santana Gonçalves, 50 anos, ver as plantas que ele ajudou a cultivar crescendo traz um sentimento de satisfação. “Acaba que não é por causa dos benefícios, mas a gente vai criando gosto”, conta. Ele participa do projeto da Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal (Sedes) há cerca de três meses e tenta ir todas as semanas, além de estar presente nas reuniões mensais.
Rômulo Gonçalves se sente abraçado na horta terapêutica e planeja participar do RenovaDF | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília
Rômulo já trabalhou como mecânico e, na época da pandemia de covid-19, a situação foi ficando cada vez mais difícil até que ele se viu em situação de rua. Mas, ele tem tentado se erguer e planeja em breve participar do RenovaDF, maior programa de capacitação profissional do país, realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda do Distrito Federal (Sedet).
“A gente recebe orientação e apoio e estamos sendo bem abraçados pelo pessoal”, afirma Rômulo, que não para de ter ideias para ampliar a horta e propôs o plantio de melancias no local.
Já Edilene Araújo, de 48 anos, mora em Ceilândia e saiu da situação de rua há alguns meses. Na horta, ela aprendeu a plantar e a cuidar das hortaliças e ervas, o que tem a ajudado a superar questões de saúde mental com as quais ela convive há alguns anos.
Edilene Araújo: “Meu mundo passou a ser mais colorido porque aqui é tudo colorido”
“Esse trabalho está sendo muito bom para mim. Estava com depressão muito forte, não recebia nenhum benefício. Agora, estou fazendo a horta e estou amando. Já consegui até diminuir a medicação”, relata.
