Na última sexta-feira (7), o Hospital de Base do DF (HBDF) tornou-se a primeira unidade de saúde 100% SUS a realizar um procedimento inovador para o tratamento de arritmias cardíacas com a ablação e aplicação de pulso de elétrons (PFA). Essa técnica minimamente invasiva não exige centro cirúrgico, UTI, anestesia geral nem internação prolongada, representando um avanço no tratamento da doença dentro da rede pública de saúde.
Segundo o cardiologista especializado em arritmia invasiva Henrique Cesar de Almeida, do HBDF, a fibrilação atrial é uma das arritmias mais comuns e está diretamente relacionada a hipertensão, diabetes, doença de Chagas e ao envelhecimento natural do corpo. A condição afeta cerca de 10% da população brasileira acima dos 80 anos e está fortemente ligada ao risco de derrames.
Por não exigir centro cirúrgico, UTI, anestesia geral ou internações longas, a PFA proporciona mais precisão aos médicos e mais conforto aos pacientes | Fotos: Alberto Ruy/ IgesDF
Avanço tecnológico
A eletrofisiologista invasiva Carla Septimio Margalho, supervisora do Programa de Residência em Eletrofisiologia Clínica e Invasiva do Hospital de Base, explica que a técnica é revolucionária: “A PFA utiliza uma tecnologia nova, desenvolvida recentemente, que permite a realização da ablação com mais segurança e eficiência. O procedimento, chamado ablação de fibrilação atrial com aplicação de pulso de elétrons, é um marco no tratamento da arritmia e já tem mostrado resultados promissores”.
A fibrilação atrial pode levar a complicações graves, como insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC). Nos anos 1980, pesquisadores descobriram a origem da arritmia no coração, possibilitando o desenvolvimento da técnica de cauterização da área afetada. Desde então, a cardiologia tem evoluído constantemente para aprimorar esse tratamento.
Com a nova técnica, uma operação que poderia durar até 10 horas é resolvida em cerca de 55 minutos