Hospital Regional de Santa Maria reduz infecções hospitalares ao longo de 2025

O Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) encerra o ano de 2025 com resultados expressivos no enfrentamento das infecções relacionadas à assistência à saúde (Iras). Dados consolidados pelo Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar (NUCIH), referentes ao período de janeiro a novembro, apontam redução significativa das principais infecções em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), além de avanços relevantes no monitoramento microbiológico e no gerenciamento do uso de antimicrobianos.

Entre os principais destaques está a redução de aproximadamente 50% na densidade de incidência da pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV) em pacientes adultos. A média, que era de 2,3 em 2024, caiu para 1,02 em 2025, resultado do fortalecimento das estratégias de prevenção, da aplicação rigorosa dos protocolos assistenciais e do acompanhamento sistemático dos indicadores nas UTIs.

Outro avanço relevante foi a queda de cerca de 40% na densidade de incidência da Infecção Primária de Corrente Sanguínea Laboratorialmente Confirmada (IPCSL). O índice passou de uma média de 1,7 em 2024 para 1,01 neste ano, demonstrando a efetividade das ações implementadas.

Para a chefe do NUCIH, Aldyennes Carvalho, os resultados refletem o comprometimento das equipes assistenciais com a segurança do paciente e a aplicação responsável dos protocolos. “A redução das infecções é resultado do trabalho integrado, do monitoramento contínuo e do engajamento coletivo, evidenciando a maturidade institucional do hospital e o compromisso permanente com a qualidade da assistência”, destaca.

Como reconhecimento desse trabalho contínuo, o HRSM, unidade administrada pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), recebeu o selo de alta conformidade nas práticas de segurança do paciente, reforçando o compromisso institucional com a qualidade da assistência e a prevenção de riscos.

Monitoramento microbiológico

Ao longo do ano, o hospital investiu no fortalecimento da vigilância microbiológica, com a implementação de painéis digitais que permitem o monitoramento em tempo real do perfil de sensibilidade bacteriana e do gerenciamento de antimicrobianos, apoiando decisões clínicas mais seguras e eficazes.

No período, foram realizadas mais de 25 mil coletas de amostras para análise, com índice de positividade de 25,02%. O sangue foi o material mais coletado (33,10%), seguido da urina (22,81%). Microrganismos como Staphylococcus e Klebsiella permanecem sob vigilância constante, devido ao potencial de resistência a antibióticos amplamente utilizados.

Outro marco importante foi o controle e o encerramento do surto de Acinetobacter na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), bactéria considerada altamente resistente e um dos maiores desafios no ambiente hospitalar.

Centros cirúrgicos

No centro cirúrgico e no centro cirúrgico obstétrico, os indicadores também evidenciam avanços relevantes. As taxas de infecção em cirurgias limpas apresentaram queda significativa, passando de 2,19% entre janeiro e outubro de 2024 para 0,67% no mesmo período de 2025. Já a taxa média de infecção em cesarianas manteve-se em 2%, dentro dos parâmetros esperados e alinhada às metas estabelecidas no Contrato de Gestão.

Conquistas de 2025 e desafios para o próximo ano

Entre as principais conquistas de 2025, o NUCIH destaca o atingimento das metas do Programa de Redução de Infecção de Sítio Cirúrgico (PRISC) e do Contrato de Gestão, além da reestruturação da equipe de enfermagem da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).

Para 2026, os desafios incluem ampliar a adesão à higiene das mãos, eliminar definitivamente o uso de adornos por profissionais de saúde, aprimorar os processos de limpeza e desinfecção hospitalar e expandir o gerenciamento do uso racional de antimicrobianos.

A unidade também pretende ampliar a atuação do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) no pronto-socorro adulto, fortalecendo ainda mais as estratégias de combate à resistência bacteriana e promovendo uma assistência cada vez mais segura, qualificada e centrada no paciente.

*Com informações do Iges-DF