O Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (Cecon) de Brazlândia promoveu, nesta semana, uma formatura simbólica para um grupo de 18 idosos inscritos no programa “Mundo que te quero ler”. O projeto foi desenvolvido para atender pessoas com mais de 60 anos que não sabem ler ou têm baixo nível de letramento. A unidade é gerenciada pela Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal (Sedes-DF).
A ideia do programa não é alfabetizar os idosos, mas sim oferecer atividades simples de letramento que facilitem ações do cotidiano, como pegar um transporte público ou fazer compras no mercado, por exemplo.
O Cecon de Brazlândia preparou, no último dia 9, uma formatura simbólica para 18 idosos inscritos no programa ‘Mundo que te quero ler’ | Fotos: Renato Raphael/Sedes-DF
“Muitas pessoas idosas têm vontade de aprender a ler e escrever minimamente, mas não procuram a educação regular e, muitas vezes, são desencorajadas por causa da idade. A ideia desse programa é proporcionar essa oportunidade a elas. Não é uma alfabetização, mas um apoio para que possam realizar o básico, se empoderar e ter mais autonomia”, destaca a educadora social do Cecon Brazlândia, Danielle Nunes. “No nosso grupo, temos usuários que decidiram fazer uma nova carteira de identidade, desta vez, com o nome escrito por eles mesmos – o documento anterior era de ‘não alfabetizado’, com registro apenas da digital.”
A cerimônia realizada na última segunda-feira (9) foi simbólica: teve festa, beca, capelo, discurso do orador, diplomas e todos os elementos que compõem uma formatura, para dar um significado especial aos conviventes.
“A maior parte dos participantes nunca frequentou a escola ou concluiu qualquer nível de educação formal. Percebemos que essa sensação de se sentir um graduando traria imensos benefícios para a autoestima dos participantes, além de favorecer momentos de fortalecimento de vínculos entre eles, seus familiares, amigos e a comunidade. Foi um dia de festa, de reafirmação e de vitória”, reforçou a servidora.
Maria Aparecida Vieira, de 70 anos, foi uma das “formandas” do Cecon Brazlândia. “Foi emocionante, gostei muito de ter participado. Era meu sonho receber um diploma, mas, como nunca tinha estudado, achei que isso nunca ia acontecer”, comemorou.