A retomada de ações em saúde após o período mais grave da pandemia da covid-19 foi destaque no II Seminário Distrital de Promoção da Saúde, realizado na quarta-feira (5). Promovido pela Secretaria de Saúde (SES-DF), em parceria com a Escola de Aperfeiçoamento do SUS (EapSUS) e a Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs), o evento faz alusão ao Dia Mundial da Saúde, que é celebrado nesta sexta-feira, 7 de abril, e tem como tema este ano Saúde para Todos.
Durante o seminário, quatro práticas exitosas do DF foram apresentadas para partilhar boas experiências entre as diferentes Regiões de Saúde. Os exemplos foram desde ações sociais para a população a cuidados com os próprios profissionais.
Representando a secretária de Saúde, o subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-DF, Divino Valero, pontuou que o mundo e a saúde estão em transformação e que é fundamental pensar as políticas públicas. “Temos excelentes profissionais e queremos ser âncora permanente das discussões e propostas”, frisou.
O subsecretário de Vigilância em Saúde da SES, Divino Valero Martins, representou a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, no evento | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde
Na abertura do evento, a diretora-executiva da Fepecs, Inocência Rocha, ressaltou a importância de compartilhar experiências na rede. “Quando a gente vivencia e está próximo [da população], é que vemos a importância dessas ações para a promoção de saúde”, avaliou. Diretora substituta da EapSUS, Ana Paula Costa acolheu todos os participantes, reforçando a escuta qualificada e a troca.
O diretor do Departamento de Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Andrey Lemos, participou do encontro e abordou as particularidades da gestão no DF. “É uma unidade federativa que tem o desafio de conseguir ampliar o diálogo com as regiões administrativas, considerando suas diferenças locais, que são culturais e econômicas”, ponderou.
Experiências de sucesso
Nos dois turnos, foi reservado espaço para apresentação de experiências exitosas no âmbito da atuação da SES-DF. Ao todo, 26 propostas foram encaminhadas, classificadas e as quatro primeiras colocadas foram selecionadas para exposição no palco do seminário.
Um dos projetos é o Geração de Renda e Promoção da Saúde, construção de laços de afeto e estratégias de renda, da Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 do Itapoã, que surgiu em 2021 e está na sexta turma. Vendo que muitas pacientes passam por situações de vulnerabilidade, a equipe iniciou o trabalho, que, além de produção de artesanatos para gerar renda, também promove debates sobre educação em saúde e formação cidadã.
“Convidamos profissionais para compartilhar conhecimento em busca de uma atenção integral e continuada”, explicou a assistente social Giane Ribeiro, que apresentou a iniciativa no seminário. Entre essas ações, estão palestras sobre câncer de mama e atendimento de saúde bucal.
Participando do projeto, Lucilene Gomes, 55 anos, recebeu o convite de uma amiga porque estava com depressão. “A gente conversa, aprende, recebe apoio e vê que não somos só nós passando por um problema”, relatou. Agente comunitária de saúde na UBS 1, Tereza Cristina das Mercês assumiu o papel de professora: “No início, muitas querem desistir. Mas insistimos, incentivamos, e o resultado é incrível”.
A agente comunitária de saúde Teresa Cristina das Mercês, da UBS 1 do Itapoã, falou sobre o projeto ‘Geração de Renda e Promoção da Saúde, construção de laços de afeto e estratégias de renda’ | Foto: Tony Winston/Agência Saúde
Já a equipe da UBS 1 de Águas Claras compartilhou a iniciativa Horta Comunitária Terraterapia. A nutricionista Jesuana Oliveira explicou que toda a produção é utilizada no próprio grupo. “Além da convivência, também promovemos educação em saúde com oficinas”, contou no seminário. A horta – que fica ao lado da unidade de saúde – inclui hortaliças e fitoterápicos. Para tornar a ideia possível, a equipe de saúde firmou parcerias com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), que fornece insumos e equipamentos, com a faculdade Unicesp e residentes. A melhoria da saúde mental dos participantes é o principal ponto.
O Grupo Ipê – Caminhando pela Vida utiliza caminhadas em torno da UBS 4 do Recanto das Emas como estratégia de promoção da saúde. O grupo, cujos encontros são abertos à comunidade e ocorrem duas vezes por semana, conta com mais de 130 inscritos. A prática regular de atividade física aliada à recuperação de laços sociais e à ocupação da cidade de forma saudável são resultados que repercutem no trabalho psíquico após o cenário pandêmico.
