Promover a inserção e reinserção de cidadãos no mercado de trabalho é o principal objetivo do serviço de Intermediação de Mão de Obra (IMO). A iniciativa de âmbito nacional permite que as agências do trabalhador conectem empregadores e trabalhadores, facilitando o encontro entre oferta e demanda e aquecendo o mercado profissional das regiões administrativas e Entorno. No Distrito Federal, o serviço é comandado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda do DF (Sedet).
Israel Lopes (3º à direita) ficou desempregado durante quase dois anos e, após passar pelo programa de qualificação profissional da Sedet, foi selecionado para uma vaga: “Estou me sentindo mais seguro e muito feliz; aqui em casa é só alegria” | Foto: Arquivo pessoal
Os trabalhadores interessados em participar do programa podem se cadastrar no aplicativo Carteira de Trabalho Digital ou presencialmente, em uma das agências do trabalhador. É necessário fornecer informações socioeconômicas e sobre experiência profissional, habilidades e disponibilidade para o trabalho. Os dados são armazenados no sistema e ficam disponíveis para cruzamento com oportunidades de emprego captadas junto a empresas e empregadores parceiros.
Foi assim que o porteiro Israel Lopes, 56 anos, conseguiu alcançar um novo posto de trabalho. Morador de Brazlândia, ele ficou desempregado em novembro de 2022 e, até este ano, conviveu com a insegurança financeira. Nos primeiros dez meses, Israel recebeu o seguro-desemprego, mas, quando o auxílio chegou ao fim, a esposa e o filho caçula tiveram de assumir as contas da casa.
O cenário começou a melhorar após Israel concluir a formação do RenovaDF, programa de qualificação profissional da Sedet. Por meio do curso, ele conheceu a IMO e logo se cadastrou. O resultado foi rápido: em cerca de um mês, foi selecionado para uma vaga de porteiro no Sudoeste. “Estou me sentindo mais seguro e muito feliz; aqui em casa é só alegria”, celebra. “Tudo fica difícil com um chefe de família parado. Eu sentia meus filhos torcendo por mim. Agora, é vida nova”.
Cruzamento de dados
A IMO foi instituída como componente do tripé do programa Seguro Desemprego, junto à qualificação profissional e ao próprio benefício financeiro, em 1990. Já o sistema de cruzamento de dados foi lançado em 2011. Antes, a maior parte dos serviços de intermediação era realizada manualmente pela equipe do Sistema Nacional de Emprego (Sine).
“Aquecemos a economia do DF com a geração de emprego e renda”
Thales Mendes, secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda do DF, Thales Mendes, explica que o grande diferencial da IMO é o diálogo com o setor produtivo, em que os servidores da pasta visitam os estabelecimentos comerciais para oferecer a intermediação. Com o efetivo cadastro no sistema, a vaga fica disponível em todas as agências do trabalhador, além do app Carteira de Trabalho Digital e o portal Emprega Brasil.
Segundo Mendes, as agências do trabalhador dispõem de gestores de recursos humanos e psicólogos para orientar os cidadãos sobre como agir nas entrevistas, além de oferecerem salas e auditórios, com acesso a computadores, para a promoção de entrevistas e reuniões. “É muito vantajoso tanto para o empresário quanto para quem procura uma recolocação”, afirma o gestor. “Aquecemos a economia do DF com a geração de emprego e renda”.
O secretário ressalta que as ações surtem efeito no preenchimento dos postos: “Antes, eram encaminhadas três pessoas para cada vaga, e nenhuma preenchia os requisitos. Hoje, seguimos com esse número de encaminhamentos, mas conseguimos ocupar as vagas com mais assertividade”.
No mercado
O subsecretário de Atendimento ao Trabalhador e Empregador da Sedet, Ilton Teixeira, reforça que o principal objetivo do serviço é inserir o cidadão no mercado. Dessa forma, além de promover o cruzamento dos dados da pessoa com os das vagas, para verificar compatibilidades, a Sedet mantém contato com o empregador do cadastro até o final do processo seletivo, a fim de verificar a eficiência no preenchimento ou a necessidade de reabertura.
“Nosso atendimento é humanizado”, diz Ilton Teixeira. “Temos treinamento e capacitações continuadas com os servidores para que possam prestar um atendimento de excelência. A pessoa chega aqui e é cadastrada no sistema, mas também é indicada para algum curso de qualificação, como o RenovaDF ou o QualificaDF, e em muitos casos, pode receber a Cesta do Trabalhador.”
“Se o candidato estiver dentro do perfil estipulado pelo empregador, ele será encaminhado para entrevista”
Ilton Teixeira, subsecretário de Atendimento ao Trabalhador e Empregador
A Cesta do Trabalhador fornece uma cesta básica por até três meses, além da oferta de requalificação profissional para que os cidadãos voltem ao mercado de trabalho. “Se o candidato estiver dentro do perfil estipulado pelo empregador, ele será encaminhado para entrevista”, indica Teixeira.
Conforme define o subsecretário, o serviço funciona como um “RH 100% gratuito” para as empresas. “Em vez de terem custo como uma antessala para fazer processo seletivo e contratar um RH particular, as empresas podem utilizar nossas salas, que estão preparadas para isso”, explica.
Ponte entre empregador e empregado
Juliana Santos, gerente de recursos humanos: “Um dos pontos mais importantes da parceria com as agências do trabalhador é o alcance das vagas, a divulgação” | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília
