Um nódulo no seio, muitas vezes indolor, pode ser o primeiro sinal de alerta para o câncer de mama, uma das principais causas de morte entre mulheres no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), as taxas mais altas da doença estão nas regiões Sul e Sudeste do país, excluídos os tumores de pele não caracterizados como melanoma. Para cada ano do triênio 2023-2025, foram estimados 73,6 mil casos novos, número que representa uma taxa de 41,89 ocorrências para cada grupo de 100.000 mulheres.
“A mamografia continua sendo o melhor método para o diagnóstico precoce do câncer de mama. É um exame que salva vidas e é o único método comprovado capaz de, por meio da detecção prematura, reduzir a mortalidade da doença”, afirma o ginecologista Farid Buitrago, referência técnica distrital (RTD) em mastologia da Secretaria de Saúde Federal (SES-DF).
“A mamografia continua sendo o melhor método para o diagnóstico precoce do câncer de mama. É um exame que salva vidas”
Farid Buitrago, ginecologista
A mamografia, recomendada a partir dos 50 anos como parte dos cuidados médicos de rotina, é fundamental na identificação de tumores não palpáveis. O diagnóstico precoce permite tratamento rápido e menos invasivo, além de reduzir a necessidade de mastectomia (retirada total da mama). O público feminino de 50 a 69 anos, assintomático ou com histórico familiar, deve realizar o exame a cada dois anos. Para as pessoas com o primeiro exame normal, a frequência também é bienal. Em casos de alterações classificadas como Bi-Rads categoria 3, a frequência passa a ser a cada seis meses.
Moradora da Cidade Ocidental, Renata Almeida, 36 anos, revela ter descoberto o câncer de mama em 2023, quando fez uma mamografia. “Ao fazer o autoexame durante o banho, percebi um nódulo. No dia seguinte, solicitei uma ecografia da mama na UBS [unidade básica de saúde]”, conta. “Depois disso, o médico indicou uma biópsia. Agendei uma consulta com a mastologista no Hospital Regional de Santa Maria e realizei o exame em agosto, quando recebi o diagnóstico de carcinoma”.
Com a detecção confirmada, Renata passou por diversos exames, incluindo uma nova mamografia no próprio hospital. A paciente está nas últimas etapas da quimioterapia e se prepara para a remoção do tumor no seio direito – o tratamento tem sido feito no Hospital Universitário de Brasília (HUB).
A mamografia é recomendada a partir dos 50 anos como parte dos cuidados médicos de rotina | Fotos: Divulgação/ Agência Saúde-DF