“Toda história começa por algum lugar, né?”, diz o empresário Paulo Melo, de 62 anos, ao admirar o mais novo ponto turístico de Brasília: a Estaca do Marco Zero, ponto a partir do qual toda a capital foi construída. Ele foi um dos moradores do Quadradinho que, neste domingo (4), aproveitaram o Eixão do Lazer para conhecer o marco inicial de onde Brasília foi erguida.

O Marco Zero, mais novo ponto ‘instagramável’ no roteiro turístico de Brasília, foi parada para poses de moradores e turistas que aproveitaram o Eixão do Lazer neste domingo, o primeiro aberto a visitação desde a conclusão das obras do Buraco do Tatu | Foto: Lucio Bernardo Jr/Agência Brasília
Para Paulo, porém, esse resgate da história foi ainda mais especial. Nascido em Minas Gerais e morador da Asa Sul desde 1961, ele viu a capital do país ser construída bem de perto.
Para o empresário Paulo Melo, o resgate da história de Brasília foi ainda mais especial. Nascido em Minas Gerais e morador da Asa Sul desde 1961, ele viu a capital do país ser construída bem de perto
“Meu pai veio para a construção de Brasília como engenheiro em 1959. Eu sempre acompanhei muito a história de Brasília, mas eu não sabia dessa estaca zero. Contei para o meu pai sobre isso, ele me confirmou a história e eu fiquei chocado”, relatou o empresário que, na sequência, tirou uma foto para mandar para o seu genitor.
Outra pessoa que visitou o local foi a funcionária pública Maria de Fátima Ribeiro, de 70 anos. Há 49 anos em Brasília, ela passa pelo Buraco do Tatu diariamente e jamais imaginou o que o concreto da via escondia.
A funcionária pública Maria de Fátima Ribeiro passa pelo Buraco do Tatu diariamente e jamais imaginou o que o concreto da via escondia
“É histórico”, afirma, extasiada ao contemplar o Marco Zero. “Foi uma grata surpresa. Eu acho que foi uma descoberta incrível para os brasilienses e para todo o Brasil, afinal, nós somos a capital da República. Eu adorei! Está maravilhoso”, completa.
E de história, Elias Manoel da Silva sabe bem. Historiador do Arquivo Público do Distrito Federal (ArPDF), ele explica que o espaço da Estaca Zero ajudou a erguer a Esplanada dos Ministérios.
“Durante a construção de Brasília, aqui na Estaca Zero, havia um muro enorme de arrimo na região que hoje é o Buraco do Tatu. Milhares de toneladas de terra foram tiradas daqui e levadas para criar a planura artificial do que hoje nós chamamos de Esplanada dos Ministérios. Ou seja, a Estaca Zero gerou a Esplanada dos Ministérios”, relata.

O símbolo da Estaca Zero, mais conhecido como Marco Zero, ponto que serviu de referência para a ordenação numérica da quilometragem da área central da cidade, está fixado entre as pistas do Buraco do Tatu, um das vias mais movimentadas de Brasília, onde cerca de 150 mil motoristas passam diariamente
Curiosidades como essa sequer passavam pela cabeça do casal André Amaral Almeida, de 50 anos, e Luciane de Almeida, 49 anos. Ele, nascido em Brasília e ela, quase uma brasiliense, acreditam que o passado da capital segue vivo até hoje.
