No vaivém de passageiros do Metrô-DF, há uma imensa diversidade de pessoas. Com o objetivo de prestar um serviço de excelência a todos, sem qualquer tipo de distinção, a companhia tem investido na formação dos agentes de estações e do Corpo de Segurança Operacional (CSO). Na segunda-feira (15), o Metrô-DF reuniu empregados para uma palestra com integrantes da Comissão em Defesa dos Direitos dos Autistas da OAB-DF, que marcou o início de um treinamento para melhor compreensão das características e das necessidades dos autistas.
Empregados treinados serão multiplicadores do conhecimento adquirido na palestra com o objetivo de aperfeiçoar o atendimento a pessoas com autismo | Foto: Paulo Barros/Metrô-DF
“A inclusão é uma das prioridades da Companhia e esta parceria com a OAB é o início de um processo, que tem como finalidade prestar um serviço de excelência a todos os cidadãos, incluindo as pessoas autistas, neurodiversos e com deficiências físicas”, disse o diretor de Operação e Manutenção do Metrô-DF, Márcio Aquino.
Estavam presentes a presidente da Comissão, Flávia Amaral; a vice-presidente da Comissão, Jéssica Emídio, ambas advogadas e mães de autistas; além de Kauan Mansur, educador e integrante da Comissão, que se descobriu autista aos 46 anos.
Arte: Divulgação/Metrô-DF
Vinte e quatro empregados participaram desta primeira etapa. Eles serão multiplicadores do conhecimento adquirido na palestra, que deve se transformar em um curso completo para todos os empregados. A iniciativa é da Diretoria de Operação e Manutenção, em parceria com a Escola Metroviária.
Segundo a presidente da Comissão, é muito importante compreender que a questão sensorial para os autistas é muito importante. “Algum estímulo pode ser a gota d’água para gerar uma crise”, explicou.
O Metrô-DF também está com uma campanha nas redes sociais, que explica a diferença dos cordões, para dar maior visibilidade à causa e para informar que autistas também têm o direito de usar o carro exclusivo para mulheres e pessoas com deficiência
Vice-presidente da Comissão, Jéssica ressaltou que estamos no Abril Azul, mês de conscientização do autismo, momento oportuno para envolver toda a comunidade nas causas que incluem tais distúrbios e condições do TEA (Transtorno do Espectro Autista), a fim de buscar uma sociedade mais consciente, menos preconceituosa e mais inclusiva.
De início, foi exibido um vídeo com uma mulher autista, que também teve seu diagnóstico na fase adulta. Ela ressaltou que ambientes com muito barulho, em especial o transporte público, podem ser extremamente exaustivos. Da mesma forma, outros estímulos, como a luz ou o toque podem desencadear sensações desagradáveis ou mesmo crise. Muitas vezes, tais crises podem ser interpretadas como uma crise de ansiedade, já que muitos têm o diagnóstico tardio.
Coube a Kauan, integrante da comissão, que descobriu o autismo há três anos, passar os esclarecimentos introdutórios. Entre eles, explicou as diferenças entre o cordão do girassol, que identifica pessoas com deficiências ocultas, e o cordão do quebra-cabeças, específico para autistas. Ressaltou a importância de usar o colar e estar atento a buscar a identificação própria para usar o transporte público.