O pequeno Bernardo tem cinco meses – e esse é também o tempo que a mãe dele, Nayara Izabel Rodrigues, viveu com medo de engravidar novamente. O receio de uma nova gestação, no entanto, acabou quando ela se consultou com a médica de família Fabiana Fonseca, na Unidade Básica de Saúde (UBS) 3, do Guará, e obteve orientação sobre métodos contraceptivos, entre eles o Dispositivo Intrauterino (DIU).
“Tirei todas as dúvidas e já saí com a data marcada para colocar o Dispositivo Intrauterino, o DIU de cobre”, comemorou Nayara, pouco depois de ter o contraceptivo implantado na própria UBS. O procedimento não demorou nem dez minutos.
Nayara e o pequeno Bernardo: próximo filho, só daqui a dois anos – Foto: Mariana Raphael/Saúde-DF
“Quero ter outro filho daqui a dois anos. Fiquei feliz em saber que, apesar de poder ficar com o DIU por até dez anos, posso tirar antes”, lembra ela.
O retorno à fertilidade ocorre imediatamente após a retirada do DIU de cobre. Para ter acesso ao dispositivo, o primeiro passo é buscar uma unidade básica de saúde.
Preventivo de câncer
“Após a manifestação das pacientes, elas são orientadas a ter preventivo de câncer de colo do útero recente, ter realizado tratamento para vulvovaginite prévia e a colocar o DIU durante o período menstrual ou na certeza de não estar gestante”, explica a chefe da Assessoria de Redes de Atenção à Saúde, Camila Gaspar.
Mulheres em idade reprodutiva e sexualmente ativas podem utilizar o método, incluindo adolescentes e mulheres que nunca tiveram filho. “As contraindicações referem-se, basicamente, às alterações uterinas – sejam infecciosas, neoplásicas ou por distorções da cavidade uterina”, complementa a referência técnica distrital de Ginecologia e Obstetrícia da Secretaria de Saúde, Marta de Betânia.
A eficácia do DIU é ainda maior do que dos anticoncepcionais orais. Enquanto a pílula tem uma taxa de falha, na prática, de 8% no primeiro ano de uso, o DIU de cobre tem uma taxa de falha, na prática, de 0,8% no primeiro ano de uso. Vale destacar, ainda, que o DIU de cobre não tem hormônio e não inibe a menstruação.
Em ambulatório
A inserção intrauterina do DIU deve ser realizada por profissional treinado e é feita em ambulatório. Todas as regiões de saúde implantam o DIU, sendo que a organização de fluxo é local.