Com olhos atentos, enxadas nas mãos e contato com a terra, usuários e profissionais do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) II Brasília deram início, nesta terça-feira (29), à Oficina de Manejo de Hortas. A ação, realizada em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), tem como objetivo promover a integração entre cuidado terapêutico e práticas sustentáveis de cultivo, fortalecendo vínculos e ampliando o uso da horta como ferramenta de saúde e bem-estar.
A formação terá quatro encontros, com cinco horas de duração cada, totalizando 20 horas de atividades práticas e teóricas. Ao final, os participantes recebem certificado. No primeiro dia, os temas abordados foram irrigação, preparo de canteiros e plantio de mudas. As próximas aulas, marcadas para os dias 1º, 12 e 15 de agosto, abordarão compostagem, ervas medicinais, plantas alimentícias não convencionais (Pancs), adubação e controle de pragas.
Terapia na terra
Implantada há cerca de um ano, com apoio do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Mental, a horta do Caps II Brasília funciona como um recurso terapêutico para os usuários, especialmente durante os encontros semanais às terças-feiras, às 8h. “A horta é um instrumento importante dentro do plano terapêutico, pois trabalha os ciclos da vida e promove um cuidado ativo e integrado à realidade dos pacientes”, afirma a gerente da unidade, Sarah Costa.
Paciente desde 2020, Rosa Silva, 70 anos, foi uma das primeiras a se envolver no cuidado com a horta. Hoje, ela acompanha cada plantio com entusiasmo. “Para mim a horta é uma terapia, sou apaixonada. Já sei até como colher sem machucar a planta”, conta.
Luís Carlos Vieira, 59, também encontra no cultivo uma forma de equilíbrio. “Ajuda a acalmar a mente. A gente se sente útil, planta, rega, cuida. Foi aqui que eu comecei a melhorar de verdade”, compartilha.